“Nos meus primeiros contactos com Camocim depressa me apercebi haver três símbolos preferenciais, se não únicos: o varandim sobre o rio, a cabeça do Coró e um pote meio aberto, ou se quiserem meio quebrado. Me apercebi ser este o símbolo principal da cidade. Ao pedir informação do que representaria, várias respostas obtive, diferentes umas das outras mas, no fundo, todas com a mesma intenção de acertarem. Porém, nenhuma com a convicção na resposta, eram pretensas certezas. Hoje o símbolo de Camocim está em todo o lado e por todo o lado falam dele com orgulho. O pote de Camocim, meio quebrado ou meio aberto, representa, por certo, ou melhor, de certeza, o símbolo dos seus antepassados. Assim quando a saudade de Camocim se aconchega em mim, depressa me vêm recordações pelos dias maravilhosos por lá passados. O famoso pote símbolo da cidade, os varandins sobre o rio ou o ar inocente daquele povo, me questionando se por acaso já teria comido cabeça de Coro. De todos os símbolos aquele que fica mais tempo dentro de mim é o do pote de mel dos aborígenes. A forma doce e quente como o povo de Camocim recebe quem o visita me dá a sensação de rever tal acto de amor e me traz a resposta quando me questiono sobre este povo ter tanta doçura. A resposta é sempre a mesma: é do pote de mel, certamente.”
Trechos da crônica “O Pote”, do escritor português Franco de Lagos ( Membro da Academia Camocinense de Letras), leia a crônica completa AQUI
Lá vou eu: Quando li essa crônica pela primeira vez, notei o amor que esse escritor lusitano tem por nossa terra e o respeito por nosso símbolo maior, o que diria ele se visse o pote, símbolo sagrado de nossos antepassados sendo utilizado como lixeiro? Qualquer cidade usa e abusa de seus símbolos quando confeccionam souvenirs, são chaveiros, blusas, bonés, miniaturas, monumento na entrada da cidade, telefones públicos em formato do símbolo e várias outras coisas. Aqui tiveram a idéia de transformar a urna sagrada, que guardava os restos mortais de nossos antepassados, em lixeiro. O patético é quando o turista acha interessante o formato do lixeiro e nós, os nativos, vamos explicar o significado do pote.
Postado por Tadeu Nogueira
Trechos da crônica “O Pote”, do escritor português Franco de Lagos ( Membro da Academia Camocinense de Letras), leia a crônica completa AQUI
Lá vou eu: Quando li essa crônica pela primeira vez, notei o amor que esse escritor lusitano tem por nossa terra e o respeito por nosso símbolo maior, o que diria ele se visse o pote, símbolo sagrado de nossos antepassados sendo utilizado como lixeiro? Qualquer cidade usa e abusa de seus símbolos quando confeccionam souvenirs, são chaveiros, blusas, bonés, miniaturas, monumento na entrada da cidade, telefones públicos em formato do símbolo e várias outras coisas. Aqui tiveram a idéia de transformar a urna sagrada, que guardava os restos mortais de nossos antepassados, em lixeiro. O patético é quando o turista acha interessante o formato do lixeiro e nós, os nativos, vamos explicar o significado do pote.
Postado por Tadeu Nogueira
Foto: Vando Arcanjo