Fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis(Ibama) apreenderam ontem,16, por volta das 8 horas, no município de Acaraú, 240 kg de pargo verdadeiro. A apreensão foi a maior registrada este ano. Segundo Rolfran Cacho Ribeiro, coordenador de Fiscalização do Ibama, o peixe estava abaixo do tamanho permitido, que é de 41 cm. A captura da carga aconteceu em uma fiscalização normal. Estavam presentes, fora o coordenador de fiscalização, mais três agentes.O comerciante, cujo nome não foi revelado pelo Ibama, recebeu multa de R$ 6 mil, perdeu a carga, avaliada em R$ 1.680, e responderá a processo na Justiça Federal por crime ambiental. O pargo apreendido foi dividido em seis caixas de 40 kg e doado, ainda na tarde de ontem, ao Lar Torres de Melo e ao Instituto de Prevenção à Desnutrição e à Excepcionalidade (Iprede).Durante 20 anos, a pesca predatória fez com que a produção pesqueira da espécie ficasse escassa, levando o Ibama a tomar medidas protetivas para que a atividade não se extinguisse. “A produção de pargo, hoje, está em 200 toneladas ao ano, há 10 anos tínhamos uma produção anual de 3000 toneladas”, diz o coordenador de fiscalização.As medidas para proteção da atividade foram tomadas há três anos. O Ibama instituiu um período de defeso, que vai do começo de março ao fim de abril; determinou um tamanho mínimo para pesca, que é de 41 cm; além de realizar trabalhos de educação ambiental entre os pescadores.O coordenador do Ibama informa, ainda, que no Ceará se tem uma consciência maior, ainda que tardia, por parte dos pescadores em relação à fiscalização e respeito aos períodos de defeso e tamanho permitido para pesca. “Em outros estados temos altos índices de apreensão, muitos dos pescadores não têm a preocupação com o estoque pesqueiro”, informa.Hoje, a atividade pesqueira do pargo no Ceará somente é expressiva em Camocim, mas em Fortaleza, segundo Rolfran, é praticamente irrisória. “Antes, tínhamos barcos grandes, de ferro, para a pesca do pargo, mas agora a atividade aqui na Capital está baixa, comparada a outros anos”, diz.O pargo consumido em Fortaleza é oriundo de Camocim, Maranhão e Luís Corrêa, no Piauí. É comum peixarias venderem peixe vermelho, como cioba, dentão e guaiúba, como se fossem pargo.