A psiquiatria não define a pedofilia como uma doença, mas sim como um transtorno mental. Se corresponde a uma conduta isolada, sem nenhuma característica de outra patologia mental associada, poderíamos pensar em um problema de personalidade, embora seja muito difícil e audacioso se generalizar um comportamento tão complexo. Aqui em Camocim os casos de pedofilia estão crescendo a cada dia. Temos dois tipos de casos: os denunciados e os abafados. Esses últimos ocorrem por questão de cultura, ignorância, medo, pagamento do silêncio e até mesmo recusa dos pais por temor de "passar vergonha" na frente do povo. Isso é de embrulhar o estômago, mas é a pura verdade. Mais uma vez reina a hipocrisia. Os pais evitam denunciar porque não querem a filha na boca do povo, como se ela tivesse cometido o crime. Nesse caso, se alguém de fora for denunciar, certamente passará por doido, é que a família vem e desmente tudo. O pedófilo mais conhecido e também o mais camuflado em nossa cidade é o aposentado, sem companheira, que tem a mania de ficar horas observando rodas de adolescentes e adora distribuir balas e outros presentinhos sem motivação aparente. O segundo tipo é o de esquina. Esse só falta ter o nome pedófilo escrito na testa. Ele geralmente fica na bicicleta, próximo a escolas, sempre observando. Raramente fala com outras pessoas, costuma concentrar o olhar nas crianças e adolescentes. Dali, ele vai escolher uma para dedicar sua obcecada mente doentia. O terceiro tipo é o que você juraria que nunca faria mal a seu(sua) filho(a) - é o pedófilo sonso. Ele inventa qualquer coisa pra tocar na criança, faz amizade com os pais, tendo como objetivo ficar próximo do(a) filho(a). Sempre prestativo, sorriso farto e, nesse caso específico, o que marca mais é a insistência em ficar dentro de sua casa, fazer parte do seu dia-a-dia. Geralmente, esse espécime não tem companheira, profissão indefinida e, apesar de ser um adulto, insiste em fazer brincadeiras infantis sempre e vestir roupas que nada condiz com sua idade, como se ele quisesse ser um eterno adolescente. Caso você conheça e já desconfie de um tipo assim, fique de olho, não deixe que seu(sua) filho(a) caia nas mãos ou na lábia desses safados. Se isso ocorrer, denuncie. Não pense duas vezes. Procure o Conselho Tutelar ou o Ministério Público, pois eles saberão cuidar do caso. O mais importante é você não deixar de fornecer informações, auxiliar seja no que for a promotoria ou o Conselho Tutelar. Os danos para a criança, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, se referem a quadros ansiosos e depressivos nessas crianças, além das óbvias e esperadas dificuldades de relacionamento futuro com eventuais parceiros. Quanto aos que não sofreram abuso, mas somente contato com esses indivíduos, eles podem sofrer uma discriminação eventual do grupo onde moram, o que pode ocasionar problemas de relacionamento ou de qualquer outro tipo.
Postado por Tadeu Nogueira