
A CCE vive uma situação curiosa. Desde o início da década, suas receitas mais do que dobraram e hoje se situam na casa do R$ 1,5 bilhão. Nesse mesmo período, a companhia arrematou a liderança nos segmentos de tevês e aparelhos de DVD, com fatias de 30% e 40%, respectivamente, do total comercializado. Mas o que garantiu até hoje seu crescimento é considerado pelos analistas como uma possível fonte de fragilidade da empresa. Isso porque a CCE tem uma posição expressiva em setores em franco declínio tanto em volume de vendas quanto em matéria de rentabilidade. É o caso dos leitores de DVDs. Lançados por cerca de R$ 2,5 mil há aproximadamente dez anos, esses aparelhos custam hoje menos de R$ 100. A depreciação deveu-se em parte à valorização do real diante do dólar, que fez com que uma dezena de fabricantes estrangeiros inundasse o mercado com modelos de baixo preço. O alvo eram os consumidores das classes C e D, ávidos por se livrar do velho videocassete. Resultado: as vendas unitárias cresceram, mas o faturamento da indústria de DVD não parou de despencar. Encolheu de R$ 1,5 bilhão, em 2005, para estimados R$ 500 milhões neste ano. O caso da tevê convencional também é emblemático. Vista como um item antiquado, ela começa a ser rejeitada até pelos consumidores das classes sociais menos favorecidas. Todos estão de olho na modernidade das telas de LCD ou plasma. “O futuro da televisão está nos equipamentos de tela fina”, opina Gisela Pougy, diretora da consultoria GfK MS Brasil, especializada no consumo de eletroeletrônicos.
Fonte: Istoé DinheiroPostado por Tadeu Nogueira