terça-feira, 27 de janeiro de 2009

FARINHA POUCA, MEU PIRÃO PRIMEIRO

Se você chegar perto de um grupo de pessoas em Camocim, em qualquer ponto da cidade, certamente você vai escutar somente um assunto, política. Até aí tudo bem, o povo precisa discutir sobre política porque é dela e através dos que estão nela que várias decisões referentes ao nosso dia a dia são tomadas. O problema é que na imensa maioria das vezes o assunto é "politicagem", e não política. O assunto gira em torno de quem foi transferido pra onde e o porquê, e quem deveria ser (porque andava falando mal do prefeito ou foi visto em ato político do adversário em época de campanha, etc). Quando falo isso para blogueiros que moram em capitais como Curitiba, São Paulo ou Porto Alegre, fica faltando uma "ferpinha" de nada pra que eu passe por mentiroso. Isso aconteceu até eles lerem alguns comentários no blog, não os coerentes, mas os fanáticos. A intenção do blog foi exatamente essa, mostrar a cara de Camocim também nesse aspecto. Eu quase entrego os pontos de querer garimpar alguém que tenha mente sã em Camocim quando vi em um perfil de orkut de uma pessoa com diploma de educador o nome do Prefeito da Cidade como resposta para o item "Par perfeito". Quando vi que o grau de alienação estava nesse nível, pensei duas vezes antes de criar o Camocim Online. É que um blog que se preze, zela pela veracidade dos fatos, seja isso confortável ou não para alguns. É como pedir opinião sobre a roupa que acabamos de vestir para sair na noite, sempre quremos ouvir que estamos bem na roupa, mas eu pergunto, será que sempre estamos bem mesmo? Você vai querer escutar a opinião do outro ou apenas que ele confirme o que você está pensando?
Como sempre, abri as portas do Blog para o poder executivo desssa cidade sem nunca ter tido retorno, então estou com minha consciência tranquila.
Não é de hoje que o costume da maioria das pessoas que moram em Camocim, que tem oportunidade de falar com o Prefeito, seja o atual ou não, em hipótese alguma é fazer um pedido para a comunidade, bairro ou distrito em que vive. Geralmente o apelo é para que "fulano" seja empregado no lugar do "beltrano", já que esse é sobrinho da prima da empregada do Zé doidim que foi candidato a vereador na época da "arena" pelo partido que hoje é adversário do Prefeito. O "caba" não pede um calçamento pra rua dele, uma passagem molhada pra localidade, uma televisão para a pracinha do distrito, ou seja, essa é a "cultura" da grande maioria dos camocinenses, e isso vem dos pais, avós, bisavós e "escanchavós". É uma imensa fatia da população que enfia a cabeça no buraco quando percebe a rua suja, a estrada acabada, um ônibus de estudantes se desmanchando, uma praça do Odus que vira piscinão da vergonha quando chove torrencialmente, praças destruídas sem justificativa e tantas outras mazelas.
Basta surgir uma voz falando no deserto, que essa mesma voz é acusada de ser do contra. Contra o comodismo? Contra a omissão? Contra a falta de espírito coletivo? Eu garanto que vale a pena ser contra tudo isso e a favor da única coisa que interessa de verdade a nós todos, que é um Camocim melhor de se viver.
Postado por Tadeu Nogueira