sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

REVEILLON POLÍTICO E SEM BANHEIRO QUÍMICO

Algum gênio em publicidade deve ter tentado meter na cabeça de alguém da Prefeitura que seria uma boa idéia diferenciar essa administração no que diz respeito à realização de eventos, já que estaria muito batido investir em carnavais, reativar festivais de música ou outro evento já conhecido. Pelo que se viu, o "alguém" da Prefeitura acatou a idéia, mas não investiu nela, portanto criou-se um frankenstein, cheio de emendas e arranjos grotescos.
A abertura do blog para comentaristas anônimos tinha lá seu objetivo, é que do nada e dentro de um comentário inócuo, surge o gancho para uma matéria. Um exemplo disso é esse trecho de um anônimo nada anônimo, afinal ele usa um IP que já é conhecido em nosso banco de dados: "...tenho certeza de que a realidade de nossa cidade mudou e pra melhor. A prova disso foram os comentários de satisfação de milhares de turistas que apareceram na cidade nesse final de ano. E no carnaval não vai ser diferente. Pergunte a todos os donos de bares e restaurentes de Camocim, quanto foi o saldo liquido deles."
Realmente a cidade estava com fluxo muito grande de turistas na cidade, agora associar isso a algo feito pela administração para atraí-los só pode ser brincadeira! As condições da estrada que leva até Maceió só atraem "patrol" e a estrutura do reveillon é de lascar a bexiga de qualquer um e querem saber por quê? Sabendo que Camocim seria "invadida" por milhares de turistas no fim do ano, por que então não havia um único e mísero banheiro químico no local de apresentação do trio elétrico e da queima homeopática de fogos? Os "milhares" de turistas tomaram "milhares" de bebidas e comeram "toneladas" de alimentos, mas quando tudo isso era eliminado e as necessidades fisiológicas pediam passagem, não existia um único banheiro químico para tal, fazendo com que a praia das pedrinhas, em frente ao próprio evento, servisse de banheiro a céu aberto. Os mais abastados, que comiam e bebiam nos poucos restaurantes bem estruturados, estavam a salvo na hora do aperto, já o povo que vinha dos bairros Brasília, Boa Esperança, Jardim das Oliveiras, Olinda e outros mais, tinha que apelar para a prima da irmã da cunhada que mora na praia ou ser mais um no grande banheiro público do reveillon de Camocim, às margens do Rio coreaú. Os que vinham de outras cidades, sem conhecer nada nem ninguém, faziam a pergunta: "Isso é um reveillon ou um bingo? De vez em quando um caba diz que é 11, oxe, onde compra a cartela?", "Vixe, a festa é pela virada do ano ou pela vitória do prefeito?”, “ É festa particular é?”, “ Aqui a eleição não acabou não?”. Enquanto essas perguntas rolavam, filas e mais filas de mulheres, mocinhas e idosas se formavam em frente ao banheiro do Restaurante Fortim, já que no francês a entrada estava guardadinha por um brutamontes que julgava no olhômetro quem poderia ou não entrar no "bunker" dele. Quem sabe em "2011" alguém da Prefeitura descubra que inventaram o banheiro químico, cujo aluguel custa em média R$ 200,00 por dia e, já que sempre foram "contra" alugar palcos e outros equipamentos (e alugando), podem comprar um pelo preço médio de R$ 1.500,00. Ah, quanto ao saldo líquido citado pelo comentarista anônimo, acho que nem preciso citar de onde veio a maioria dele durante o evento no Odus.
Postado Por Tadeu Nogueira