Determinado professor exercia sua profissão numa escola de Camocim. Bastante profissional, procurava não misturar suas convicções políticas com seu trabalho, sendo elogiado pelo Diretor da escola a que pertencia, embora este pensasse politicamente diferente do professor, também não misturando isso com aquilo. Acontece que chega a temporada de TPM e eis que, por um pedido especial de algum eleitor junto ao Prefeito (pasmem, existe isso em Camocim!), ou para simples deleite sadomasoquista de alguém seu superior, o professor é transferido para o Km 05, turno da tarde. Como seu concurso é de 200 horas, para completar a carga horária foi lotado também no Alba Maria, turno da noite. Conclusão: como não existe transporte para o Km 05, o referido professor terá quer arcar com mais de R$200,00 com mototáxi/mês. Como é uma quantia considerável para o Professor (que não tinha esta despesa quando trabalhava na antiga escola), o mesmo está se virando com uma carona de bicicleta de um vigia também transferido. O vigia o traz na garupa da bike até a casa do Prefeito e daí até o Alba o Professor traz o esbaforido vigia. Agora imagine as condições que esse professor chega à Escola Alba Maria, sem falar que o mesmo não tem sequer tempo de ir para casa e trocar de roupa, tomar um banho, jantar, etc. Esse é o preço e o valor dado a um professor que passou quatro anos numa faculdade, se especializou na disciplina que leciona e sempre cumpriu seu dever, sem nenhuma advertência em uma década de serviços prestados à Educação de Camocim. Pergunto: Diante de um caso desses, como fica o projeto de excelência na educação apregoada aos quatro cantos do município?
Postado por Tadeu Nogueira