quarta-feira, 18 de março de 2009

CARANGUEJO TERÁ DEFESO DE 45 DIAS

MEDIDA VAI POSSIBILITAR O SEGURO-DEFESO
E MAIOR PRESERVAÇÃO DA ESPÉCIE
Conciliar a proteção do recurso pesqueiro caranguejo com a questão social dos catadores, uma das categorias de trabalho mais penosas e pobres da cadeia produtiva da pesca. Este foi o principal foco de discussão da primeira parte da reunião do Conselho Regional dos Superintendentes do Ibama do Nordeste (CORENE), realizada segunda-feira (16) no Hotel Praia Ponta D´Areia em São Luís (MA). E a proposta encaminhada junto ao CEPENE (Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Nordeste) para avaliação da Diretoria Uso Sustentável da Biodiversidade do Ibama em Brasília é que a partir do ano de 2010 o período de defeso do crustáceo seja elevado para 45 dias contínuos entre janeiro e março, de maneira a proteger os animais na época da andada para reprodução e possibilitar aos catadores o direito de pleitear o seguro defeso.
A proposta de ampliação do defeso foi defendida tanto pelos superintendentes dos estados que são os maiores produtores do recurso, Maranhão e Piauí (que juntos detém 66% da produção nacional de caranguejo, com os principais municípios produtores situando-se principalmente na região do Delta do Parnaíba, como Araioses/MA e Carnaubeira/PI), quanto pelo estado que é o principal mercado consumidor de caranguejos, o Ceará.
Outra medida importante de ordenamento da atividade prevista para este ano é a portaria que vai disciplinar o transporte do crustáceo, atualmente estima-se que 50% dos caranguejos capturados morrem durante o transporte devido aos métodos inadequados de acondicionamento da carga nos caminhões, um desperdício que poderá ser reduzido para menos de 5% de mortandade se utilizada a forma de transporte estipulada na portaria, com o uso de um sistema de camadas de espumas umedecidas. Leia mais AQUI
Lá vou eu: Hoje realmente o dia foi dedicado ao famoso "tarda, mas não falha". Essa notícia particularmente me enche de esperança. Quem me conhece sabe o quanto defendo os caranguejos, mesmo que paradoxalmente eu goste mais ainda de quebrar eles na porrada o dia todo, olhando o mar e com os pés na areia da praia das barreiras. Mas é exatamente por isso que defendo um defeso justo para a espécie, juntamente com o seguro-defeso para os nossos "pegadores". Porque, do jeito que vai a coisa, em poucos anos só vai existir mesmo a lembrança de que um dia houve caranguejo por aqui.
Postado por Tadeu Nogueira