quarta-feira, 8 de abril de 2009

ENQUANTO UM AQUÁRIO VAI CUSTAR R$ 250 MILHÕES...

70% DAS CIDADES DO CEARÁ NÃO TEM
DELEGACIA, 30% FAZ DE CONTA QUE TEM
Mais de 70% dos municípios cearenses não têm delegacia. Outros tem policiais, mas não há condições de trabalho. Os moradores temem assaltos e outros crimes. Em Paracuru, a aparência de cidade tranquila engana. Os roubos às residências assustam a população. “A gente acordou com um rapaz na porta do quarto e já com revólver na mão, avisando que estava fazendo o assalto”, contou um senhor. Os moradores não acreditam que a investigação da polícia vai resolver o caso. “Descobri quem foi o assaltante, o carro que foi usado, a casa onde ele mora e o bar onde ele bebe, mas a investigação não foi adiante”, disse outro cearense. Na cidade, há uma delegacia, mas sem delegado. Só há o escrivão e um inspetor de polícia. O delegado responsável fica em um município a 85 quilômetros. A situação é ainda pior em outras localidades.
Mais de 70% dos municípios cearenses não têm sequer delegacia. Em Santana do Acaraú, só há policiais militares em um posto dentro da cadeia pública. “Todos os procedimentos são encaminhados diretamente para regional de Acaraú. São 80 quilômetros daqui”, afirmou o sargento da Polícia Militar, Luis Newton. “Tem desgaste de combustível e pagamento de diária”, comentou Nival Freire, secretário adjunto de Segurança do Ceará. A delegacia regional de Sobral, que atende 14 municípios da região norte, tem delegado, mas no prédio em situação precária falta computador para trabalhar.
Alguns depoimentos nem são anotados. “Tem escrivão que não tem computador, aí fica muito difícil de se dar conta de toda a região”, admitiu o delegado regional Herbert Ponte e Silva. Em Coreaú, os policiais militares, mesmo sem ter esta atribuição, usam uma velha máquina de escrever para registrar as ocorrências. “Até passa daquilo que nos compete, mas a gente se sente na obrigação de fazer, vivendo e trabalhando nas condições que nos oferecem. São essas as condições, e a gente está levando”, disse o comandante do destacamento, Amaury Ferreira.
Fonte: G1
Lá vou eu: Todos nós sabemos a importância que terá esse aquário na consolidação do Ceará como destino turístico. Eu não sou contra a obra, eu sou contra não investir no básico, no essencial, enfim, na segurança do cearense. O sujeito preencher um BO em máquina de escrever deve ser de lascar. Eu imagino nos dias de hoje, uma cidade sem delegado, sem oficiais da polícia, ou seja, sem a base da segurança. Um exemplo dessa ausência do "básico" foi o tempo que os assaltantes leveram para assaltar o BB de Jijoca, quase 40 minutos, parecia jogo de futebol. Uma verdadeira desmoralização em plena menina dos olhos do setor de turismo do Ceará e um dos destinos turísticos mais visitados do Brasil.
Postado por Tadeu Nogueira