Meu Eterno Amor a Camocim
Quando pararem todos os relógios,
Todas as bússolas perderem os tinos;
Quando forem em vão os menológios,
Todas as bússolas perderem os tinos;
Quando forem em vão os menológios,
E os dias silenciosos sem meninos,
.
Quando se desbotarem os necrológios,
E se calarem para sempre os sinos;
Quando as traças comerem os eucológios,
E a Morte completar nossos destinos,
.
Na solidão da Natureza morta,
Virá bater, à noite, em minha porta,
U'a saudade cruel que não tem fim!
.
E eu, na brancura óssea derradeira,
Tendo de mim apenas a caveira,
Hei de te amar ainda, Camocim!
.
Quando se desbotarem os necrológios,
E se calarem para sempre os sinos;
Quando as traças comerem os eucológios,
E a Morte completar nossos destinos,
.
Na solidão da Natureza morta,
Virá bater, à noite, em minha porta,
U'a saudade cruel que não tem fim!
.
E eu, na brancura óssea derradeira,
Tendo de mim apenas a caveira,
Hei de te amar ainda, Camocim!
(R.B.Sotero)