Morte. Muitos dizem que é a única certeza na vida. Pelo menos o é até que se prove o contrário. Mas, apesar dessa tão desgraçada realidade, o ser humano raramente se prepara para esse momento, se é que nós podemos nos preparar para a “indesejada das horas”, como dizia certo poeta. E , assim, essa nossa grande inimiga na maioria das vezes nos pega desprevenidos e, como um grande boxeador, dá um golpe tão certeiro que nos faz cair ao chão. Nocaute!. A visão turva, o corpo parece em pedaços, a alma dilacerada. Triste é perder alguém! Quanto mais próxima a pessoa, maior é a dor.
Tantos momentos ao lado dela, tantas palavras trocadas, tantos gestos e manias que a fizeram tão presente, tão única, tão difícil de dizer adeus. Não é que com a morte nos esqueçamos de seus defeitos e ela passe a ser perfeita, mas que, na sua singularidade, no seu conjunto de acertos e falhas, ela tenha se tornado pedaço de nós do qual não desejamos nos separar.
Mas infelizmente esse pedaço nos é tirado e vem em nós um vazio. Relampejos de lembranças vêm e vão. Olhamos para um lugar e sentimos a dolorida ausência tomar conta de tudo ao redor. Resta-nos buscar em Deus o consolo e a força pra seguir em frente e esperar que o tempo amenize a dor.
Postado por Adriana Belchior
Dedicado à memória de Francisco de Araújo "Seu Quim"