quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

PREFEITO DE BARROQUINHA CRIA O CARGO DE PRIMEIRA-DAMA

Quando um homem é eleito prefeito, sua mulher se torna a primeira-dama da cidade; a mulher do governador torna-se a primeira-dama do Estado e a do presidente, primeira-dama da Nação. A criação do título é creditada ao ex-presidente norte-americano Zachary Taylor (1849-1850), o qual chamou Dolley Madison, esposa de James Madison, de "primeira-dama" (First Lady, em inglês), durante o seu funeral, enquanto recitava um elogio escrito por ele mesmo. Diz a lenda que Jacqueline Kennedy detestava esse título, afirmando que First Lady parecia nome de cavalo. Em Portugal, a legislação não prevê a existência do título de "primeira-dama", embora informalmente a esposa do presidente da República receba essa deferência.
Já em Barroquinha, município cearense, distante cerca de 400 km da capital, Fortaleza, o título de primeira-dama estava vago até semana passada, isso porque nas últimas eleições, o prefeito eleito, Ademar Pinto Veras, sendo solteiro, não tinha sua first lady. Acontece que isso não durou muito tempo, no último dia 04 de Dezembro, foi votado e aprovado por maioria simples em Sessão da Câmara de Vereadores de Barroquinha, Projeto de Lei enviado pelo Prefeito, com pedido de urgência, instituindo o Gabinete da Primeira-Dama, com direito a dotação orçamentária, mas sem salário fixo para quem ocupar o cargo, que segundo o projeto de lei, será feito por portaria. Sem salário, mas com todos os deslocamentos e despesas em geral devidamente pagos pelo erário municpal.
De forma suscinta ele expôs suas justificativas (AQUI) para a canetada. Veja (AQUI) a lei e as funções do Gabinete da Primeira-Dama. Segundo informações obtidas pelo blog, a nomeada para o cargo teria sido uma irmã do Prefeito Ademar Veras, o que leva a crer que o céu é o limite em Barroquinha. Como virou lei, a cidade corre o risco de ter um dia duas primeiras-damas, caso seja eleito, futuramente, algum candidato casado. Se isso ocorrer, certamente teremos uma continuidade desse filme pastelão, onde cargos e títulos são priorizados, quando a urgência deveria ser a melhoria de vida da coletividade, mas para isso há sempre uma desculpa, rápida, rasteira e burocrática.
Postado por Tadeu Nogueira às 05:30h