quinta-feira, 29 de julho de 2010

A SÍNDROME DE MARIA MADALENA

A decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) cearense, na noite da última terça-feira (27), indeferindo o pedido de registro de candidatura do deputado estadual Sineval Roque (PSB) postulante à reeleição servirá de parâmetro para os julgamentos dos outros processos de registro de candidaturas de políticos que tenham tido contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Sineval Roque teve contas da sua administração como prefeito do Município de Antonina do Norte, desaprovadas pelo TCM, sendo enquadrado na nova Lei denominada de Ficha Limpa. A maioria dos pedidos de impugnação de candidaturas feitos pela Procuradoria Regional Eleitoral do Ceará foram pelo fato de os candidatos figurarem na lista do TCM como responsáveis por contas que foram consideradas irregulares. De Camocim, quem corre o risco de ter sua candidatura indeferida é o Deputado Sérgio Aguiar (PSB), que tenta a reeleição. Sérgio (foto à esquerda) teve as contas desaprovadas nos anos de 2002 e 2004, quando era prefeito da cidade. Ironicamente, outro que estaria correndo o mesmo risco, caso estivesse tentando novamente uma vaga na assembléia, seria o atual Prefeito de Camocim, Chico Vaulino, que assim como seu antecessor, também tem duas contas desaprovadas no TCM, referentes a 2006 e 2007, além de ter sido cassado pela Câmara de Vereadores, em 2005, por atos de improbidade administrativa, sendo salvo na época por uma liminar. Vale lembrar que Chico Vaulino já tentou uma vez ser deputado estadual, foi em 1998, pelo PPB, hoje PP, obtendo na época o total de 1.355 votos. A atitude na época foi o início do rompimento com os aguiar, grupo político que sempre teve o apoio de sua família, desde os tempos de Murilo Aguiar, com direito até a algumas benesses que perduram até hoje. No caso do atual Prefeito de Camocim, é bem possível que ele ultrapasse Sérgio Aguiar na quantidade de contas desaprovadas, afinal, o TCM ainda vai se pronunciar a respeito das contas de 2008, 2009, 2010 e 2011. Pelo jeito não é só o Brasil que está rumo ao hexa. Portanto, não há mistério, a estagnação, ou não, de uma cidade, começa pela prestação de contas de quem a governa ou governou. Quem vai atirar a primeira pedra?
Postado por Tadeu Nogueira às 07:49h