A vila de Jericoacoara lembra em certos momentos um grande shopping a céu aberto, com suas lojinhas acanhadas territorialmente, mas sofisticadas ao extremo em seu interior. Mas para visitar e fazer compras você tem que ir bem preparado, os preços são de tirar do "ramo", ainda mais para quem está a bordo de um "pontozero". Bom, mas antes de cair nas ruas em busca de lojas, você precisa guardar o possante. É aí que entra o polêmico estacionamento criado pela Prefeitura de Jijoca. A medida é válida, afinal, ninguém suportava mais o trânsito desordenado nas pequenas ruas de Jeri. A coisa funciona dessa forma: Você chega e já observa que está sendo guiado por placas em direção a um imenso estacionamento. Lá você deixa o carro, faz um cadastro, paga na hora R$ 10,00 e tem a garantia de transporte de ida até a pousada que vai hospedá-lo. A volta também é por conta do estacionamento. O problema é que isso afasta alguns visitantes que vão em carros off road e querem circular dentro da vila ou acham que sua privacidade foi usurpada. As pousadas que têm estacionamento reclamam também. Dizem que, se é por causa do local onde ficar o carro, por que o cliente não pode entrar com seu veículo e deixar guardado lá? Bom, isso é uma briga deles, pelo jeito uma longa briga. Como tudo nessa vida, essa é mais uma questão que pode ser vista de vários ângulos. Eu escolhi o que mostra que a medida deixou mais espaço para quem realmente quer curtir a natureza sem a barulheira de escapamentos e paredões enchendo o saco. As crianças podem correr pelas ruas de areia sem a preocupação de serem atropeladas.
Seguindo o bonde, a grande atração de Jeri é o pôr-do-sol, visto do alto da grande duna. Por volta de 16:30h começa o cortejo de turistas rumo ao local, sempre ladeados de muita atividade náutica, como kite e windsurf, que dão um colorido ainda mais espetacular ao cenário paradisíaco. A subida é meia cruel para quem está em péssima forma física (quem? onde? quando?), mas vale muito a pena. No exato momento em que o sol "se esconde" no mar, todos aplaudem. Esse costume já é bem antigo em Jeri. É quase automático que isso acontece e sempre emociona. O sol ao se pôr nos dá a exata dimensão do quanto é importante valorizarmos cada dia de nossas vidas. Além disso, esse simbolismo da renovação não poderia ter escolhido melhor representante na natureza. A segurança da vila é feita pela Pm Tur, pelo destacamento convencional e conta com o apoio dos Bombeiros em períodos de alta estação. A natureza é protegida pela polícia ambiental e Ibama.
Voltando às lojas, a sofisticação reina nesse aspecto. Uma das provas disso foi a descoberta de uma que vende tudo em prata e ouro branco. Ela pertence ao designer argentino Javier Grané, que mora há mais de 5 anos no lugar. A fachada é linda, fica localizada na Rua Principal. Os produtos são de tirar o fôlego dos que admiram a arte em prata. As pousadas de Jeri se moldam de acordo com seu bolso. Vai da imponente Mosquito Blue, que chega a cobrar R$ 350,00 numa diária até as mais simples, que cobram algo em torno de R$ 30,00, dependendo do seu grau de "conhecimento" com alguns nativos. Sempre gosto de ficar na Pousada Juventude, do amigo Branco, o preço fica em torno de R$ 60,00, com direito a café da manhã. O negócio é administrado por vários irmãos e o ambiente é quase como se fosse uma extensão de sua própria residência, com muita natureza presente e talvez a maior concentração de redes por metro quadrado já vista. O "caba" fica preguiçoso só de olhar. Mais histórias de Jeri virão. Por enquanto ficamos por aqui. Clique AQUI e confira mais fotos relacionadas à matéria.
Postado por Tadeu Nogueira às 07:36h
Postado por Tadeu Nogueira às 07:36h
Fotos: Tadeu Nogueira