sábado, 7 de agosto de 2010

CONHEÇA JERI NO SEU "PONTOZERO" (I)

Essa matéria vai pra quem comprou um carrinho popular, baixinho, mas decente, e sofre com certas limitações de rotas litorâneas do nosso Ceará. Partindo de Camocim, basta você abastecer o seu "pontozero" no Posto Machadinho (isso vai sair tão caro pra ele), calibrar os pneus em 28 libras, comprar umas batatas, refrigerantes e geladas no Mercantil do Nilo Frota (esse eu lasco hoje), contar quantos parentes estão no carro e pegar a estrada rumo a Jijoca, dobrando na rotatória de Granja e logo depois na que segue em direção ao distrito de Parazinho. Você vai rodar cerca de 108 Km em asfalto de primeira qualidade, sem um único buraco pra contar a história. Chegando em Jijoca você será parado logo na entrada, onde existe um balcão de informações turísticas. Uma moça simpática e visivelmente bem capacitada explica quais são os acessos a Jeri, distância e oferece serviços de guias treinados pelo Sebrae, com crachá de identificação e vasto conhecimento de todo o potencial turístico do lugar. Até associação eles têm. Bom, escute tudo com atenção, mas se você quer aventura em seu carrinho, sem perder o escapamento, não escolha nenhuma das opções oferecidas. A opção Mangue Seco não consta do vasto vocabulário da funcionária. Essa rota, feita a partir de um carro popular, não faz parte dos pacotes turísticos, óbvio.
Siga com seu possante cruzando toda a cidade, depois arroche o nó em direção à localidade de Mangue Seco. Metade do trajeto é calçamento, a outra é estrada carroçável, mas de boa qualidade. Placas não faltam. Não tem como se perder, nem que queira. De Jijoca até o pé da duna grande de Jeri, por essa rota, são exatos 26Km. Em Mangue Seco você para numa borracharia e baixa a calibragem para 15 libras. Nesse exato momento você estará a 5, 6 Km da terra da pedra furada. Logo que sair da borracharia, uns 500 metros depois, vem a primeira dificuldade. A areia se apresenta frouxa e dependendo das "bitolas" deixadas por veículos que passaram antes de você, a ordem é seguir devagar, de segunda, sem forçar. Se forçar, fica. Caso você sinta que o bicho vai atolar, pare, respire, meta uma ré e volte ao ponto de partida do trecho. Depois faça de novo o percurso, devagar, usando a "bitola" feita pelo seu próprio carro. Esse trecho não chega a ter 200 metros. Logo depois você encontra essa "golden gate" aí da foto, pense numa ponte que gela o "caba", mas não se aperreie, ela foi construída pra aguentar carros populares e pequenos utílitários. Passando pela ponte siga à esquerda.
Nesse momento o mar já pode ser visto. A última dificuldade está à sua frente. Parta com velocidade rumo ao mar, sempre puxando mais pra esquerda, sapeque uma terceira e encalque o acelerador. Fique esperto com a segunda já engatilhada, mas só use se o bicho inventar de não aguentar o arrocho. Esse último trecho rumo a Jeri não chega a ter 150 metros. Pronto (arre égua, cansei), vire as "venta" do carro pra direita e siga numa areinha durinha já avistando a duna famosa. Não esqueça de fazer todo esse trajeto com maré baixa. Pra isso basta você se programar consultando as tábuas. O que fazer em Jeri e todo o potencial turístico do lugar você saberá amanhã viu? Tô pra me lascar de cansado.
Postado por Tadeu Nogueira às 10:24h
Fotos: Tadeu Nogueira