"Ninguém consegue entender nada dentro da sala de aula, é um carro de som atrás do outro, o dia inteiro". Foi dessa forma que uma professora explicou a situação atual das escolas de Camocim, principalmente as que ficam localizadas no centro da cidade. São dezenas de carros de som, com os mais diversos tipos de propaganda política, com o volume sempre alto. A Guarda Municipal tem utilizado o decibelímetro para coibir os abusos, mas é impossível controlar a situação. No quadrilátero central da cidade, composto de fórum, bancos, hospital, escolas e principais instituições públicas, quem manda é o som mais alto. Ninguém faz absolutamente nada. Camocim é uma das raras cidades do país que nunca se ouviu falar em medidas judiciais radicais. Vez por outra um choque de autoridade é preciso. Em Camocim isso nunca ocorre. Parece que a fama de cidade hospitaleira, de povo pacato, é confundida com anarquia, descaso, desrespeito ao cidadão que tenta viver com decência. Os turistas então, esses abominam o grande caldeirão de som em que se transformou Camocim, basta olhar o semblante de um deles quando tem algum carro de som por perto. A área central, considerada o setor administrativo da cidade, deveria ser proibida para os carros de som que estão a serviço da campanha política, jogando no ar músicas muitas vezes indecifráveis. A dificuldade em simplesmente decretar isso é que causa espanto. Uma bela canetada resolveria, sem falar que a decisão teria o apoio de 100% da população.
Postado por Tadeu Nogueira às 10:12h
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