AMEAÇAS, PERSEGUIÇÕES E COM SALÁRIOS
CORTADOS, GREVISTAS VOLTAM AO TRABALHO
Em assembleia realizada na noite da última segunda-feira (02), os Técnicos e Auxiliares de Enfermagem de Camocim decidiram suspender a greve e voltar aos postos de saúde. Após 63 dias em greve, reivindicando reajuste salarial, a volta do adicional por produtividade e a realização de concurso, os grevistas decidiram pela suspensão sem nunca terem sido recebidos em audiência pelo Prefeito de Camocim, Chico Vaulino. A recíproca do Prefeito diante de uma justa atitude da classe, protegida pela lei de greve, foi a de suspende o pagamento dos salários de todos os grevistas, incluindo até os que estavam de férias. Tal decisão gerou um ação judicial por parte do SINDSAÚE. A decisão do Juiz foi pela volta do pagamento dos salários até o dia 11 de agosto, não podendo ser bloqueado novamente enquanto durasse a greve. Diante dessa vitória do sindicato, os servidores em greve decidiram pela volta ao trabalho enquanto aguardam a decisão da investigação do Núcleo de Apoio Técnico do Ministerio Publico do Estado do Ceará (NAT). A decisão judicial em que ordena o pagamento dos salários que foram cortados ainda não foi obedecida pelo Prefeito de Camocim. O prazo vai até o dia 11 de agosto, o que não significa que ele já poderia ter pago. Segundo informações obtidas pelo blog, por ordem do Prefeito, já estava sendo elaborado um pedido de recurso à justiça para que não fosse obedecida a decisão do juiz, esticando assim o prazo, ou seja, matando o servidor grevista na "unha" até que a fome e as contas se acumulassem ao ponto de todos eles terem que voltar ao trabalho pelo argumento da força, já que o prefeito não reconhece a força do argumento. Os grevistas, que já se encontram trabalhando, ainda correm o risco de não receberem o salário referente ao mês em que estavam com as atividades suspensas. A medida pode ser o castigo no "tronco" para quem se atreveu a apelar para a lei de greve em favor da melhoria de vida de sua classe. Uma administração que se diz popular, que afirma sempre que está ao lado do povo, mostra mais uma vez que a distância entre o discurso e a prática está a anos luz da realidade. O povo continua sendo usado como massa de manobra em campanhas de falsos populistas. Em Camocim sempre foi assim, continua sendo e se nada for feito, será assim para sempre. Manda quem pode, obedece quem não quer ir pra fila do Sine.
Postado por Tadeu Nogueira às 05:53h