(Wanderlei Pereira)
Escreveu o poeta Fernando Pessoa: “O poeta é um fingidor, /Finge tão completamente / Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente”. Aí vem a segunda estrofe: “E os que leem o que escreve, / Na dor lida sentem bem / Não as dores que ele teve / Mas só as que ele não tem”.
Se o autor desses versos ainda estivesse entre nós, e aqui no Brasil nestes tempos de campanha eleitoral, veria que em matéria de fingimento e de mentira poeta e candidato se confundem. Se a Musa inspira o poeta a fingir pela mentira, Maquiavel inspira o candidato. Ninguém sabe, afinal, qual dos dois finge mais eternamente. A diferença é que o poeta é um sonhador; e o candidato, um sugador. O fingimento do poeta só faz mal a si mesmo. O do político o beneficia, mas faz muito mal à sociedade.
Na segunda estrofe, Fernando Pessoa mostra que os leitores do poeta não acreditam tanto nas dores que ele sente como nas que ele finge sentir. É o mesmo que acontece com o discurso eleitoral: a verdade não tem a aceitação que tem o fingimento, a mentira. É o caso da miséria nordestina. As promessas de solução a cada eleição perpetuaram no poder políticos astutos,fingidores. Desde o tempo do Império, já se ouviam promessas como essas atribuídas a D. Pedro: “Venderei a última pedra da minha coroa antes que mais um nordestino venha a morrer de fome.”
A mentira continua até hoje na forma de clientelismo, de promessa, de ilusão. Vimos candidatos que têm repetido recordes de votações com a promessa de refinaria, de siderúrgica, de transposição das águas, obras que até hoje não passaram de promessas. Vemos jornais reprisarem manchetes como esta: 165 adolescentes foram assassinados de janeiro a julho de 2010. Assaltantes espancam e algemam policiais. Outros são baleados e outros mortos. Mas pela campanha eleitoral, temos a melhor segurança, a esperança e o futuro sorriem às crianças e jovens. Fingidores e mentirosos vão mais uma vez ganhar as eleições, porque mentem estadualmente e nacionalmente, como lembra o poeta pátrio Affonso Romano de Sant’Ana, no seu poema A Implosão da Mentira: “Mentem sobretudo impunemente/ Não mentem tristes. Alegremente / mentem. Mentem tão nacionalmente / que acham que mentindo história afora / vão enganar a morte eternamente”.
Se o autor desses versos ainda estivesse entre nós, e aqui no Brasil nestes tempos de campanha eleitoral, veria que em matéria de fingimento e de mentira poeta e candidato se confundem. Se a Musa inspira o poeta a fingir pela mentira, Maquiavel inspira o candidato. Ninguém sabe, afinal, qual dos dois finge mais eternamente. A diferença é que o poeta é um sonhador; e o candidato, um sugador. O fingimento do poeta só faz mal a si mesmo. O do político o beneficia, mas faz muito mal à sociedade.
Na segunda estrofe, Fernando Pessoa mostra que os leitores do poeta não acreditam tanto nas dores que ele sente como nas que ele finge sentir. É o mesmo que acontece com o discurso eleitoral: a verdade não tem a aceitação que tem o fingimento, a mentira. É o caso da miséria nordestina. As promessas de solução a cada eleição perpetuaram no poder políticos astutos,fingidores. Desde o tempo do Império, já se ouviam promessas como essas atribuídas a D. Pedro: “Venderei a última pedra da minha coroa antes que mais um nordestino venha a morrer de fome.”
A mentira continua até hoje na forma de clientelismo, de promessa, de ilusão. Vimos candidatos que têm repetido recordes de votações com a promessa de refinaria, de siderúrgica, de transposição das águas, obras que até hoje não passaram de promessas. Vemos jornais reprisarem manchetes como esta: 165 adolescentes foram assassinados de janeiro a julho de 2010. Assaltantes espancam e algemam policiais. Outros são baleados e outros mortos. Mas pela campanha eleitoral, temos a melhor segurança, a esperança e o futuro sorriem às crianças e jovens. Fingidores e mentirosos vão mais uma vez ganhar as eleições, porque mentem estadualmente e nacionalmente, como lembra o poeta pátrio Affonso Romano de Sant’Ana, no seu poema A Implosão da Mentira: “Mentem sobretudo impunemente/ Não mentem tristes. Alegremente / mentem. Mentem tão nacionalmente / que acham que mentindo história afora / vão enganar a morte eternamente”.
Artigo de Wanderlei Pereira (Jornalista da Tv Jangadeiro)