Uma das peculiaridades de uma cidade interiorana é a interação, mesmo involuntária, que envolve os acontecimentos e seus protagonistas. Se o "caba" bate um carro ou cai de moto, logo logo a notícia corre os quatros cantos da cidade. Daí quando falam o nome do motorista ou motoqueiro, tem sempre um que diz: "Mastambém, esse daí pede pra morrer todo dia". Se o caso envolver atritos de alcova, resultado de saltos em cercas de arame farpado, em segundos é "rasgado" o nome da vítima e do "predador". Nesse embalo é que segue a rotina de cidades do interior, bastando duas palavras para que nomes sejam revelados, tudo baseado no passado dos indivíduos. Essa prática também serve quando se trata do sombrio lado do crime. Na cidade já é conhecido de cor e salteado o nome do "caba" responsável pela grande maioria dos roubos de motos que acontece de uns tempos pra cá. Ele é o "cara". Falou em moto roubada, o sujeito arrota logo o nome dele. O pior é que, assim como a eficiência da camisinha, em 95% das vezes o palpite bate com a realidade e o "cara" acaba sendo preso, ratificando assim o "pitaco" popular.
Ontem (28) ele foi novamente capturado pela polícia, dessa vez em Jeri, guiando mais uma motocicleta roubada nas ruas de Camocim. A preferência dele? Honda Biz. É só olhar uma Biz dando sopa que o "moço" monta e "capa o gato". É bem possível que ele permaneça preso por mais tempo dessa vez (já perderam até a conta das vezes em que ele fugiu), mas nunca se sabe. Por via das dúvidas a melhor dica é você dormir "atracado" à sua Biz.
Postado por Tadeu Nogueira às 12:17h
