Toda crítica dirigida ao poder público de Camocim é respondida, nas pontas de ruas, por aspones ou por secretários esquizofrênicos, como sendo "politicagem". É como se fosse uma forma de dizer que, sendo "politicagem", o fato, além de não existir, deve ser ignorado. Penso o contrário: se o fato existe, ele deve ser analisado e solucionado. E querem mesmo saber o que é politicagem? Digo-vos. Politicagem é um grupo político que mantém, por anos e anos, a chama do fanatismo, idolatrando números com o intuito de deixar marcado, na cabeça do eleitor alienado ou analfabeto, uma espécie de código que não deve ser esquecido. Fazer bolo de 11 metros em prol de um aniversário do prefeito, por esse ser seu número na urna, é politicagem. Trazer 11 bandas para eventos, como já aconteceu em carnavais, é politicagem; dizer que vai anunciar 11 obras é politicagem; adquirir 11 ônibus escolares, metade deles doados pelo Governo do Estado, isso sim, é uma baita politicagem. Detalhe: ainda não saíram desfilando com os 5 que já chegaram porque a ordem é fazer isso só quando os 11 estiverem na cidade.
O eleitor do Prefeito atual, que se enquadra na categoria dos excluídos, que não sabe da existência de novas mídias, esse não tem e nunca terá acesso a este texto, muito menos aqueles que já citaram as perseguições a servidores, assédio moral de toda espécie e demonstração clara da intenção de formarem uma nova oligarquia, que formará dupla com a que mantém o poder atual em Camocim: a dos Arrudas, em Granja. Esse eleitor, se escutar da boca do prefeito que a terra é quadrada, com certeza, vai passar a andar com mais cuidado com medo de cair do Planeta.
Toda defesa, que sempre é pífia, vinda dos que tentam blindar o prefeito, é essa: a de que toda crítica é "politicagem"; que são forças ocultas tentando derrubar o Rei. Nunca foram humildes para admitir, uma vez que fosse, algum erro administrativo. É como se fossem a perfeição em forma de administração pública.
O interessante é que, em seu modo de governar, duas coisas foram adotadas há um certo tempo e que eram combatidas com afinco quando Chico Vaulino ainda era candidato: a quantidade de festas que seus antecessores faziam (hoje se o prefeito inaugurar uma birosca, tem uma banda junto) e o atendimento direto ao povão. Em campanha, o prefeito e seus colaboradores se diziam indignados com prefeitos que atendiam o povo, diariamente, com o intuito de comprá-lo através do pagamento de conta de luz, água, remédio e outros pedidos. Alegava-se inclusive a velha máxima de que era preciso dar a vara de pescar e não o peixe. Pois muito bem, praticamente, todos os dias, e não é de hoje, uma fila enorme se forma na prefeitura de Camocim, e ocupa uma escada inteira que leva até o gabinete do Prefeito. Com que fins?
Certa vez, uma grande mente de Camocim, no auge de sua sabedoria, em conversa informal, disse: "- Tadeu, Camocim vive uma falsa democracia, onde, quem comanda de verdade é a hipocrisia"
Postado por Tadeu Nogueira às 11:02h