DO ASSALTO AO CARRO-FORTE
FUGIU RUMO AO PIAUÍ
Uma semana depois do ataque de uma quadrilha a um carro-forte, a morte de um vigilante e o roubo de cerca de R$ 1,3 milhão, a Polícia cearense ainda não tem pistas concretas dos criminosos. O grupo agiu na última sexta-feira, entre as cidades de Uruoca e Martinópole, na Região Norte do Estado, e teria fugido para o Interior do Piauí, através da cidade de Cocal, na divisa dos dois Estados. O comandante do 3º BPM (Sobral), tenente-coronel Gilvandro Oliveira, informou que as buscas aos criminosos não cessou desde o dia do crime. Policiais de Inteligência e das forças especiais (Cotam, Getam e FTA) estão empenhados nas buscas aos ladrões. No dia seguinte ao assalto, a Polícia contou com a ajuda de um helicóptero da Coordenadoria Integradas de Operações Aéreas (Ciopaer) e, durante um voo de busca na região, acabou localizando um dos três veículos utilizados pelos criminosos para interceptar o carro-forte. Tratava-se de um Gol vermelho que os criminosos adaptaram para o assalto.
Lá vou eu: Olha, é duro conter as letras que teimam em se formar na minha frente, formando palavras para comentar sobre esse caso, mas vou tentar ser incisivo, sem cometer excessos. Este blog foi um dos primeiros a publicar sobre o assalto, e logo que o celular tocou informando, veio o lampejo no cabeção sobre a possível fuga dos bandidos rumo ao Piauí. Isso é tão óbvio, que chega a ser até patético pensar em outra opção. Nenhum assaltante, por mais novato que seja, e com o poder de fogo que esses tinham, faria uma fuga na direção de Acaraú, Sobral ou cometeria o desatino de recuar, rumo a Camocim. Sobrou o quê? Piaui. Por isso mesmo o roubo foi feito naquele trecho da estrada, onde existe acesso através de Campanário, Timonha, Adrianópolis, Santa Terezinha, desembocando no tão sonhado paraíso dos fugitivos, o Piauí do Mão Santa. Na minha humilde opinião houve falha de comunicação, o que comprometeu o tempo de resposta da polícia. Os veículos usados no assalto foram avistados por populares, cruzando todas essas localidades. Em Adrianópolis, que estava em festejo, a Força Tática estava presente, mas não foi imediatamente informada da ocorrência. Esse talvez tenha sido o assalto a carro-forte que teve mais testemunhas até hoje, uma delas foi uma viatura do Ronda, que voltava de Sobral após uma revisão de rotina. Ou seja, um leigo poderia concluir que, por ter visto o crime ocorrendo em tempo real, todas as outras viaturas "zeradinhas" da região, inclusive o Centro de Operações Policiais em Camocim, poderiam ter sido avisados, via rádio, da situação, o que teria possibilitado um cerco rápido, principalmente envolvendo a companhia de Tianguá, que bloquearia o acesso ao estado vizinho. Quanto ao helicóptero do Ciopaer, vai aqui um dado curioso, acompanhado de uma sugestão: A aeronave, que serve à briosa Polícia Militar, alcança cerca de 250Km em velocidade de cruzeiro, o que significa que, com tempo bom, ela leva aproximadamente 50 minutos para chegar em Camocim. No caso do local do crime, talvez algo em torno de 30, 40 minutos. Como diz a matéria, o voo só foi realizado no dia seguinte. Agora imagine se um desses helicópteros tivesse como base a cidade de Sobral. É bem provável que a quadrilha tivesse sido flagrada em plena fuga ainda. O deslocamento teria sido feito de acordo com o que falei lá atrás, o primeiro e importantíssimo contato, no caso, através da viatura do Ronda que presenciou o crime. E pra finalizar, fica a dura certeza de 3 coisas: O veículo da Corpvs está segurado, o dinheirão também, tudo isso volta, mas a única coisa que seguro nenhum, conserto algum traz é a vida do vigilante João Batista Souza Coelho. Que as forças de segurança encarem esse caso como um aprendizado, isso vai ajudar à evitar sua repetição.
Postado por Tadeu Nogueira às 08:47h
Com informações do DN