DO EQUILÍBRIO SÓ EQUILIBRAM
O ORÇAMENTO DOS FABRICANTES
Vendidas na Internet ou em lojas de esportes, as “pulseiras do equilíbrio”, como são chamadas no Brasil, têm cada vez mais formatos: finas, largas, adesivos, pendentes ou cartões, e custam entre R$ 49,80 a R$ 159,00. Elas dizem que estimulam energia, equilíbrio, força e flexibilidade, usando uma linguagem pseudo-científica para ganhar adeptos. A publicidade destas pulseiras mistura afirmações corretas com outras sem fundamento. O corpo humano corresponde a um conjunto complexo de processos eletroquímicos gerador de energia, tal como afirmam. Mas não existe evidência científica de que as pulseiras melhorem “as funções metabólicas celulares” ou sejam “estimuladores naturais de energia”. Isso tudo caracteriza um “produto milagroso”, que promete (mas não prova) efeitos benéficos na saúde. Mas, na maioria dos casos, limitam-se a promessas sobre efeitos subjetivos, como a força, resistência, elasticidade, equilíbrio, energia, vigor ou humor. A marca mais conhecida é a Power Balance, mas não é a única e conta com muitas imitações que oferecem o mesmo efeito placebo das “originais”, como a genérica brasileira Life Extreme – que chega a custar o mesmo preço da original. No efeito placebo, as pessoas têm a impressão de estar melhores não por causa do produto, mas por sua própria predisposição a esse estado.
Lá vou eu: Admiro profundamente o ser criativo, demais mesmo. Isso tem cara de uma tarde sem sol, com dois caras sem perspectiva de vida. Daí um olhou pro outro e disse: Cara, vamos criar uma pulseira e dizer que ela faz a vida do povo melhorar? O custo é baixo, portanto, vamos investir pesado na mídia. Se não rolar, o prejuízo é mínimo. Ninguém fez isso até agora, e o público alvo (os otários), esses tem de sobra, só esperando por uma novidade. Pois é, rolou.
Outro dia vi uma pulseira dessa no braço de uma criatura, que eu jurava de pé junto que era vacinada contra essas arapucas. Ô situação.
Postado por Tadeu Nogueira às 16:06h
Com informações do Proteste