Por volta das 17:00h de quarta-feira (16), policiais do Ronda do Quarteirão foram acionados por Maria Creusa do Nascimento da Silva, de 60 anos, residente da Rua Rita Aguiar, no Bairro Boa Esperança, que denunciou que estava sendo ameaçada de morte pelo seu próprio filho, Ely do Nascimento da Silva, de 21 anos, usuário de drogas. Aos policiais, a vítima relatou que Ely chegou em casa bêbado e drogado por volta das 14:00 hs, pedindo dinheiro. Como ela disse que não dava, ele passou então a ameaçá-la e a quebrar toda a mobília da casa. Ely só foi contido após a intervenção dos Soldados Santos e Erlando, que pra isso pediram reforço de uma segunda viatura do Ronda. Após ser preso, Ely foi conduzido à Delegacia Regional de Polícia Civil, tendo sido autuado na Lei Maria da Penha e depois recolhido à Cadeia Pública de Camocim.
Lá vou eu: Isso é um caso de polícia? Acho que sim, óbvio. Ele ameaçou a mãe, quebrou tudo em casa. Mas atentem bem para essa informação a seguir: O Ely, esse mesmo Ely, foi preso no último dia 03 de Janeiro por ter agredido a mãe. Foi autuado na Lei Maria da Penha. Acontece que dias depois, sua mãe pediu ao judiciário que liberasse o menino, pois ele não sabia o que fazia. Ely, ao ser solto, prometeu de pé junto nunca mais usar drogas e jamais agredir novamente sua mãe. Agora vamos falar sério? Esqueçamos a mãe, porque mãe é mãe. Mas vamos ao Ely? Ely é mais um, entre tantos, que sofre com o vício das drogas. A polícia faz sua parte, o judiciário a dele, mas com uma ressalva, a justiça fica de mãos e pés atados nessem casos, simplesmente porque não tem pra onde mandar os "Elys" da vida. Muito mais que Maria da Penha, o caso é de saúde pública. Mas cadê os centros de tratamento para usuários de drogas? Não existem.
Camocim, que não costuma pensar grande, até poderia se mobilizar em torno da construção de um, mas quando olhamos, pelo menos o legislativo, focar suas ações na construção de uma sede própria, desconhecendo a necessidade urgente de um local para tratar centenas de jovens camocinenses que sucumbem por falta de tratamento, fica difícil acreditar no fim dessa mazela. A realidade é essa, nua e crua. Amanhã, ou até hoje mesmo, Dona Maria Creusa vai bater de novo à porta do judiciário e pedir pela liberdade de seu filho e em casa, novamente com ele, vai continuar com medo, sem ter a quem recorrer, sofrendo como só uma mãe consegue sofrer. Acorda Camocim.
Postado por Tadeu Nogueira às 09:02h
Com informações do Camocim Polícia 24hs