terça-feira, 22 de março de 2011

ABSTENÇÃO DO BRASIL IRRITA REBELDES LÍBIOS

O comboio leal ao ditador Muamar Kadafi, que se dirigia para Benghazi quando foi destruído pelos caças-bombardeiros franceses na noite de sábado, estendia-se por uma faixa de 30 quilômetros na saída oeste da "capital rebelde". Os benghazis visitam agora esse cemitério de veículos militares e têm certeza daquilo que os esperava naquela noite: seriam trucidados."Veja o presente que Kadafi trazia para Benghazi", brinca Najib Shekey, engenheiro eletricista de 30 anos. Sua sensação é a de que todos os habitantes da cidade foram salvos pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy. Quando ficam sabendo que o repórter é brasileiro, muitos balançam a cabeça em sinal de desaprovação e perguntam por que o Brasil se absteve na votação do Conselho de Segurança da ONU que autorizou a zona de exclusão aérea.
Lá vou eu: Rebeldes e bem informados. Mesmo com toda a deficiência do funcionamento dos meios de comunicação, além, é claro, da censura imposta por Kadafi, os rebeldes já sabem do voto de abstenção do Brasil. Essa decisão está colocando os jornalistas brasileiros em perigo. Se abster, nesse caso específico, foi endossar as ações genocidas de Kadafi, que já deu início ao plano desesperado de usar humanos como escudo.
Postado por Tadeu Nogueira às 04:30h
Com informações do Estadão