
Lá vou eu: Só Deus sabe como eu queria postar um dia essa mesma programação direcionada à minha querida Camocim. A cada ano que passa lamento profundamente, por mim, pelas minhas filhas e por milhares de camocinenses, por sermos tolhidos do direito constitucional que exige do poder público o acesso do povo à cultura e lazer. O mesmo poder público, no caso de Camocim, que se "gaba" de ser "profissional" quando se trata de arrecadar impostos. Pra arrecadar é um leão, pra trabalhar...
Até 1995, um dos grupos de teatro mais antigos do estado, o Grupo de Teatro Pinto Martins, ainda se "arrastava" na cidade, promovendo oficinas e apresentando algumas peças. Daí em diante sucumbiu de vez, existindo hoje em dia apenas num pedaço de papel. Toda uma geração de lá pra cá ficou à mercê da sub-cultura televisiva, se transformando na geração "chupa que é de uva". Quem quiser cultura e lazer tem que procurar outros rincões, onde a constituição é respeitada. É vergonhoso. A Secretaria de Cultura de Camocim não merece esse nome há tempos. Deveria mudar para Secretaria do "Forró". Não há incentivo ao teatro ou aos movimentos que retratam a história local, como a quase extinta dança do côco. Já Sobral, essa cidade há tempos dá exemplo de respeito ao seu povo e à carta magna desse país.
Ao iniciar esse desabafo lembrei de uma pessoa que sempre lutou pelo teatro camocinense, que sempre respirou e exalou cultura e arte, tendo participado de diversas manifestações culturais na cidade, sempre com criatividade e talento. Dedico esse "grito" à minha amiga Luduvica Duarte. Camocim também "já teve" cultura.
Postado por Tadeu Nogueira às 10:02h