Março é o mês da mulher. A data do Dia Internacional da Mulher neste ano foi sufocada pelas folias mominas, mas, todo tempo é tempo de lembrar. Camocim tem uma tradição interessante na projeção de mulheres na sociedade. No final dos anos 1980, a então prefeita Ana Maria Veras projetou a cidade em revista de circulação nacional a então "Manchete", como a cidade das mulheres, visto que a maioria do seu secretariado era formado de mulheres, além de outras autoridades do município. Estaria Dilma copiando essa experiência? Brincadeiras à parte, esta tradição vem de longe.
Só para exemplificar, na direção dos Correios as mulheres foram quase sempre as chefes (isso merece uma pesquisa mais aprofundada). Sinhá Trévia foi líder da célula integralista na cidade num tempo de intensa militância política em contraposição aos comunistas. Por falar nisso, quero destacar a pessoa de D. Guiomar, filha do famoso comunista Pedro Rufino, até hoje ligada às tradições comunistas. Seria impossivel realacionar todas aquelas que tiveram algum destaque, posto que mesmo anônimas, as mulheres são antes de tudo, umas fortalezas.
A foto que ilustra esta postagem mostra muito bem a presença destas mulheres, independente da classe social, nos acontecimentos que resultaram na tentativa de se tirar os trens de Camocim em 1950. Para terminar, duas personagens me vem à mente. Em quem Carlos Cardeal se inspirou para traçar o personagem da prostituta Rita em "Terra e Mar"? Quem teria sido o marinheiro que virou a cabeça de Amélia Carlota até o fim da vida? É Ficção e realidade se misturando, uma imitando a outra e a história à espreita das duas.
Postado por Tadeu Nogueira às 11:38h
Com informações do Blog Camocim Pote de Histórias
Foto: Arquivo pesoal de Elda Aguiar