"Até quando haverá ameaças? Será que vai ser preciso outro profissional de Imprensa morrer porque fez uma denúncia publicamente?"As declarações foram feitas, ontem (10), pelo radialista José Willame Fernandes (foto), o ´J. Willame´, apresentador de um programa na Rádio FM Humaitá, da cidade de Senador Pompeu, no Sertão Central. O locutor referia-se às ameaças de morte que teria sofrido na sexta-feira (4), dois dias após uma manifestação ocorrida naquele Município contra a criminalidade. A onda de violência em Senador Pompeu, segundo ele, motivou os cidadãos a realizar o protesto.
Durante uma passeata, moradores e comerciantes fecharam por duas horas as portas de seus estabelecimentos para denunciar a onda de violência que atinge o Município, especialmente os casos de assaltos, furtos e crimes de pistolagem. Segundo J. Willame, a manifestação contou com a cobertura jornalística de vários veículos de Comunicação da Capital e daquela região. O protesto foi promovido pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Paróquia de Senador Pompeu, Cáritas, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e outras entidades.Conforme o radialista, dois dias depois do evento, ele denunciava o clima de insegurança no Município e foi mais além, estava lendo no ar um relatório elaborado pela Controladoria Geral da União (CGU) que concluiu pelo desvio de verbas no valor de R$ 2 milhões pela Prefeitura daquele Município, dentro de uma operação que vem sendo realizada conjuntamente pela Polícia Federal e a Controladoria Geral da União e já resultou no afastamento e até prisão de vários gestores públicos."Soube de boatos de que a sede da emissora seria invadida.
Até achei que seria algum trote. Mas, minutos depois, apareceram várias pessoas na rádio e o prefeito do Município (Antônio Teixeira de Oliveira), junto com o vice-prefeito (Luiz Flávio Mendes de Carvalho, o ´Chico do Inharé´) e funcionários da Prefeitura. Para não ser linchado e ter a sede da emissora invadida, acionei a Polícia. Tive que sair escoltado do local e em meio a um corredor polonês", denunciou o radialista na Redação do Diário do Nordeste. Conforme o radialista, na delegacia da Polícia Civil foram lavrados dois T.C.Os. de ameaça e incitação à violência contra o prefeito e seus auxiliares. "Mesmo assim, as ameaças persistem", diz J. Willame. Em entrevista ao jornal, na noite de ontem, por telefone, o prefeito de Senador Pompeu rebateu as denúncias. "Evitei uma tragédia. Ele estava falando inverdades no seu programa e a população se revoltou. Comuniquei o fato à Polícia e o delegado foi buscá-lo. Ele não saiu escoltado, ele foi tirado de lá pela Polícia e levado para a delegacia", afirma Antônio Teixeira. O prefeito disse ainda que, por conta do episódio, foi lavrado T.C.O. contra o radialista por crimes de calúnia, injúria e difamação, além de desacato. O político sustenta que até sua esposa vem sendo difamada no ar pelo radialista.
Lá vou eu: Só existe uma coisa que resulta em ameaça de morte e truculência contra a imprensa. É quando ela toca na parte mais sensível do poder: O faturamento às custas do dinheiro público. Aqui no blog por exemplo, só há ofensas, aliás esse é o único argumento usado pelos imbecis, quando cito algo que envolve verba pública. Tocou no ganha pão dos caras, é batata, vem ofensas, ameaças, tentativas de agressão. Aí as ameaças vem embrulhadas no argumento pífio de que o blog não ama Camocim, que está sendo contra o progresso, etc. Tudo balela. O ponto "G" do poder é o bolso de quem está usufruindo da coisa pública. Ah, e esse povo que foi até a rádio ameaçar o radialista, aposto minhas havaianas como são todos contratados da Prefeitura. É assim lá, é assim em Camocim, é assim em todo lugar onde o prefeito se acha um Rei.
Postado por Tadeu Nogueira às 10:02h
Com informações do DN / Foto: Tuno Vieira