Embora muito se fale da falta de memória do brasileiro, a história de Tiradentes está na boca de qualquer criança: Joaquim José da Silva Xavier, um dos líderes de um movimento pela independência do Brasil, foi traído e enforcado em praça pública há 219 anos. Por ser pobre, foi o único participante a ser executado. Mas será que a versão oficial da história está correta? O professor do Departamento de História da Universidade Estadual de Maringá (UEM) Reginaldo Dias afirma que estudos recentes indicam que os fatos não foram bem assim.
Em primeiro lugar, a Inconfidência Mineira não buscava a independência do País, apenas a separação do território hoje equivalente a Minas Gerais da Coroa Portuguesa; Tiradentes não era uma figura de proa do movimento e também não era pobre, tendo um cargo de militar graduado; para completar, passava longe de santo. "Tinha escravos, era boêmio, vivia bem. Era um homem comum da época", acrescenta Dias.
O professor afirma ainda que, como a circulação de ideias contra a Coroa Portuguesa era considerada crime de lesa-majestade, a divulgação dos ideais do movimento se baseava principalmente na distribuição de panfletos, sem grandes discursos públicos. "Hoje em dia, Tiradentes mandaria spam, não teria um facebook", compara.
Por que então a figura dele ficou mitificada? A imagem de herói de Tiradentes foi construída a partir da Proclamação da República, quase cem anos após a morte dele. Durante a Monarquia, seria inconveniente louvar alguém que, afinal de contas, havia sido executado por ordem de D. Maria, a louca, avó de D. Pedro I e bisavó de D. Pedro II. Continue lendo AQUI.
Postado por Tadeu Nogueira às 14:30h
Com informações de O Diário