O PRIMEIRO DE MAIO EM CAMOCIM
(Carlos Augusto P. dos Santos)
Até dez anos atrás, o Primeiro de Maio em Camocim tinha para mim alguma atração do ponto de vista simbólico. Acordava cedo para acompanhar as manifestações anunciadas. Mesmo quando a data se tornou moeda política, era interessante ver e analisar como os grupos políticos faziam uso da data. Reporto-me agora ao que recolhi em minhas pesquisas. Vejamos o depoimento de João Ricardo, comunista e ateu convicto sobre o primeiro de maio de antanho:
“Naquele tempo nós nos reuníamos para discutir os problemas dos outros. O sindicalismo aqui em Camocim era organizado. Nós éramos convidados para assistir as reuniões de outros sindicatos e associações. Quando um tinha uma questão para ser resolvida a gente dava opinião e fazia um movimento para encontrar uma solução. Os desfiles de Primeiro de maio eram muito bonitos, a passeata ia em todas as sedes dos sindicatos e associações e todo mundo participava. Hoje não, cada um cuida de si e até atrapalham os outros".
Como se sabe, tradicionalmente, o Primeiro de Maio está intimamente ligado com a história do movimento operário pela conquista do limite de oito horas de trabalho diário, regulamentação do trabalho feminino e de menores, luta por melhores condições de trabalho nas fábricas, dentre outras. A data, por exemplo, é uma alusão a um dos eventos que simbolizou essa luta, o Massacre de Chicago, ocorrido em 1886, onde vários operários foram mortos pela polícia numa manifestação pelo limite de oito horas de trabalho. Continue lendo AQUI.
Postado por Tadeu Nogueira às 13:10h
Com informações do Blog Camocim Pote de Histórias