quinta-feira, 26 de maio de 2011

PROMOTORA RECOMENDA FIM DA COMERCIALIZAÇÃO DA CARNE DE MOITA EM BARROQUINHA


Barroquinha não tem matadouro público, e por isso, e como tantas outras cidades do interior cearense, consome carne abatida na famosa moita, à margem da lei, submetendo a população ao risco de contrair doenças. Foi pensando nisso que a Promotora de Justiça de Barroquinha, Márcia Lopes Pereira (foto), notificou todos os marchantes da cidade para que comparecessem a uma audiência pública no dia 20 de maio, cujo objetivo foi a conscientização sobre o que a lei diz em relação ao abate clandestino de carne e sua exposição à venda de forma irregular. Para isso compareceram, além de 13, dos 13 notificados, o representante do Conselho Regional de Veterinária, José Arturo de Oliveira, que falou a todos os marchantes sobre como deve ocorrer o abate de animais, além dos riscos que a população corre ao comprar a carne de moita. José Arturo chegou a sugerir, como não há matadouro na cidade, que eles formassem uma espécie de cooperativa, pois assim poderiam comprar coletivamente, o que poderia facilitar na aquisição do menor preço do produto. 
Em entrevista concedida ao Camocim Online, a Promotora disse que o Ministério Público recomendou que não houvesse mais a venda de carne sem procedência legal no mercado público de Barroquinha. Disse ainda que a audiência pública serviu de alerta para todos os marchantes. Que a partir de então todos já estão avisados de que o ato, por ser ilegal, estará sujeito à fiscalização de órgãos como a ANVISA e que além de multas e recolhimento do produto, o infrator correria risco de ser preso. Diante do "quem avisa amigo é", todos os marchantes saíram cientes de suas responsabilidades caso voltem a infringir a lei. 
A iniciativa da Promotora de Barroquinha pode ser o estopim para que outros membros do Ministério Público em diversas outras cidades repitam o mesmo procedimento. E uma delas já está com audiência pública para ocorrer em breve, e nos mesmos moldes. Trata-se da cidade de Chaval, onde o Promotor Franke José Soares Rosa já realizou reunião preliminar com todos os marchantes da cidade no sentido de conscientizá-los do problema. Isso ocorreu logo após a interdição do matadouro local, que por recomendação do promotor, e diante de inspeção realizada pelo Núcleo de Apoio Técnico do Ministério Público, está lacrado por não atender às condições mínimas de higiene, além de outras irregularidades. 
Postado por Tadeu Nogueira às 08:40h 
Foto: Tadeu Nogueira