GOVERNADOR É APROVADA NA AL
Gritos, objetos arremessados e pancadaria. A manifestação de professores estaduais, estudantes e apoiadores na Assembleia Legislativa, ontem (29), resultou em sangue, choro e desespero. No momento mais violento do confronto entre manifestantes e o Batalhão de Choque da Polícia Militar, um professor ficou ensanguentado após ser ferido na cabeça. O palco desse e outros momentos de violência foi o saguão de entrada do plenário 13 de Maio - onde, naquele momento, os deputados se preparavam para aprovar a proposta motivo de revolta dos docentes. A professora Laura Lobato contou que o colega Arivalto Freitas Farias tentava protegê-la das possíveis agressões, quando foi atingido na cabeça pelos soldados armados com tonfas - espécie de cassetete. Laura é um dos três professores que iniciaram greve de fome na quarta-feira. O trio estava instalado, no início da manhã, na lateral da entrada no plenário. De lá foram removidos pelos policiais. A resistência dos manifestantes à tentativa de remoção e a tentativa de professores e estudantes de invadir o plenário da Assembleia foram decisivas para o desfecho dos acontecimentos.
Com a confusão instaurada, manifestantes começaram a arremessar peças das cadeiras da Assembleia contra os soldados do batalhão de choque, que reagiram de forma igualmente violenta. Com o acesso às galerias bloqueado, o meio que os manifestantes arranjaram para acompanhar o debate dos deputados foi sintonizar as emissoras de rádio e TV do Legislativo pelos celulares. No instante da aprovação da mensagem enviada pelo governador Cid Gomes (PSB), os professores aumentaram a pressão sobre o batalhão de choque e empurraram a barreira policial. Neste instante e os policiais reagiram soltando gás de pimenta.
Em meio à correria para fugir do gás, muitos gritos e desespero. O saguão ficou esvaziado por alguns minutos, pois a falta de ventilação no ambiente fechado não permitiu que o gás de pimenta se dissipasse. Durante toda a manhã e tarde, manifestantes gritaram palavras de ordem. À noite, a Assembleia permanecia ocupada por manifestantes. O coronel Menezes, coordenador militar da Assembleia, disse que recebeu orientação do presidente da Casa, Roberto Cláudio (PSB), para não retirá-los de lá. Os professores prometiam ficar durante a madrugada.
Lá vou eu: Sou contra todo e qualquer ato de violência. A OAB hoje rotulou de abusiva a ação do Batalhão de Choque. Volto a repetir: Alguém sensato tem que sentar e repensar os caminhos que essa greve está tomando. É preciso evitar que essa violência se repita.
Postado por Tadeu Nogueira às 11:12h
Com informações do Jornal O Povo