Aliás, ainda no Arrudão, foi dito que, só professores contratados, o município tinha 671, o que iria paralisar a educação caso o pedido do MP fosse acatado. No total, Granja possui cerca de 1.270 servidores contratados, número cosntetados por alguns, que falam em algo em torno de 2.000. Uma cena marcou a manifestação dos contratados. É que muitos deles eram da zona rural e foram transportados até a cidade em ônibus doados pelo governo federal para o transporte escolar. Além disso, para que fosse possível o ato, o Prefeito fez o que não quer que aconteça, segundo sua defesa, ou seja, ele parou o município. Por volta de meio-dia, já com o sol castigando geral, o Juiz Willer Sóstenes emitiu sua decisão a respeito do pedido do MP. O Camocim Online ficou até o final, tendo recebido, com exclusividade, a cópia do despacho. Nele, o Juiiz resume sua decisão da seguinte forma: "Defiro a liminar de antecipação de tutela em parte, para determinar ao município de Granja que suspenda, afaste, todos os prestadores de serviços contratados como temporários ou sem concurso público, ressalvado os cargos em comissão, declarados em lei, de livre nomeação e exoneração, no prazo de 180 dias a contar da ciência desta decisão".
Em relação ao concurso, o juiz disse: "Não vejo como determinar a realização do concurso público de imediato, em 180 dias, posto que cabe ao gestor público decidir de acordo com sua conveniência e oportunidade administrativas, fundada no interesse público, quantos servidores deve contratar. Não lhe é dado o poder de contratar da forma que quiser, mas pode definir o quadro de servidores de acordo com as possibilidades do município".
Em suma, se o município mostra condições de sustentar 1.270 contratados, pode perfeitamente abrir o mesmo número de vagas através de concurso. Diante da decisão do juiz, os manifestantes, já devidamente informados por seus representantes, dividiram-se entre o alívio de continuar no cargo e a certeza, nem tão certa assim, de que ficarão sem emprego dentro de 6 meses. De certa forma, o prefeito conseguiu mais tempo para se manter na ilegalidade usando como argumento a velha desculpa de que o município entraria no caos caso o pedido do MP tivesse sido acatado em sua totalidade.Ao final, a grande maioria embarcou nos ônibus escolares, em mais uma ilegalidade, e voltaram para suas casas com o velho emprego de favor político garantido.
Postado por Tadeu Nogueira às 13:45h (Direto de Granja)
Foto: Tadeu Nogueira