Órgãos como o Detran, juntamente com a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) resolveram fazer cumprir a lei, fiscalizando e recolhendo veículos conhecidos como "derrintes", que estavam transportando, até pouco tempo, gente, bicho, televisão, geladeira, bode, cabra, porco e outras "coisinhas" em estradas estaduais que cortam os municípios cearenses, em especial as cidades de Camocim, Barroquinha, Chaval, Granja, etc. Acontece que a lei, estranhamente, começou a ser lembrada após uma certa cooperativa ter ganho uma licitação para explorar rotas que incluem esses municípios. O problema é que, com a tal cooperativa, foi para o espaço a opção de transporte de animais e cargas.
Isso vem causando um enorme prejuízo ao comércio de Camocim, o informal, onde havia o velho escambo, como troca de animais, bicicletas e outros objetos e a venda formal, a de móveis e eletrodomésticos. Atualmente, a situação está sem solução, com as vans da cooperativa fazendo normalmente seu serviço, transportando somente passageiros, enquanto as "derrintes" estão paradas, gerando prejuízo para seus proprietários. Agora vem o motivo do título da manchete: Ao mesmo tempo que Detran e PRE estão em campo combatendo e multando pesado as "derrintes" que ainda se atrevem a circular clandestinamente, o mesmo combate e multas não existem para outras "derrintes", as escolares, que continuam transportando alunos como se fossem animais. Tem veículo que chega a levar de 30, 40 alunos de uma só vez para escolas de Camocim e região, e tudo sob a vista grossa desse mesmo Detran e PRE. Aliás, tem "derrinte" escolar levando, além de alunos, cêra de carnaúba, leite, farinha, porcos e outras "marmotas". Exatamente o que vem sendo combatido pela PRE e Detran. Agora, como não existe cooperativa vencedora de licitação para transporte de alunos em vans, parece que continuar transportando aluno como se fosse bicho, pode. E só pode ter uma lei que assegura isso. Só não sei onde. Não é lindo isso?
Postado por Tadeu Nogueira às 09:25h
