COM VÁRIOS GOLPES NA CABEÇA,
VÍTIMA PODE FICAR COM SEQUELAS
A violência em Camocim ultrapassou a linha imaginária, discriminada e rotulada, que sempre colocava como violenta, somente a periferia da cidade. E olha que isso já faz um bom tempo. Essa constatação, omitida muitas vezes, é totalmente real. Na véspera de natal, por volta das 03h30 da madrugada do último sábado (24), em um verdadeiro paradoxo com o momento que marca o nascimento de Jesus Cristo, uma cena de barbárie ocorreu em plena beira-mar, cartão postal da cidade, local onde, supostamente, até pelos preços cobrados na área, reúne-se somente a elite, os mais abastados, obviamente em comparação com 90% ou mais do restante da população da cidade. Acontece que, vez por outra, e cada vez mais, essa imagem é manchada por atos que deixariam nossos antepassados, aqueles que habitavam cavernas, com vergonha da própria raça.
A vítima em questão, dessa vez, foi Igor Carlos Alves Bessa, 24 anos, Marinheiro da Marinha do Brasil, que estava passando as festas de final de ano em sua terra. Segundo o que consta no Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia de Polícia Civil, na madrugada do dia 24 de dezembro, Igor Bessa, que estava no Restaurante O Euclides, foi surpreendido por vários homens, entre eles, segundo a vítima, os seus agressores: Alberto, Valdeci e Vladimir. Os 3 passaram a agredir a vítima com pauladas, murros e chutes e por todo o corpo.
Sem conseguir esboçar nenhum tipo de reação, Igor Bessa acabou desmaiando. Porém, segundo seu depoimento, as agressões não cessaram. Nesse momento, ele então foi socorrido por populares, "o que pode ter sido crucial para que ele não tivesse morrido ali mesmo", disse ao blog, Chico Bessa, pai da vítima.
Além das pessoas que estavam no local, Igor foi atendido por um médico que estava por perto, sendo depois transferido para o Hospital Murilo Aguiar.
No dia seguinte, a vítima, sentindo fortes dores na cabeça, local onde recebeu quase todos os golpes, teve que ser levado para a Santa Casa de Sobral, e de lá, para o Hospital da Marinha, em Fortaleza. Segundo o pai de Igor, além da cabeça e pescoço inchados, sua voz ficou distorcida e os vômitos foram constantes. Além das providências médicas, a família está movendo uma ação contra os acusados da agressão. "O que queremos é justiça. Nada justifica essa selvageria que fizeram com meu filho. Isso não se faz nem com um animal. Imagine com gente, e ainda numa véspera de natal", desabafou ao blog, Chico Bessa, pai de mais uma vítima da violência cometida em pleno ponto nobre da cidade, que de nobre, essa vez, passou longe, e põe longe nisso. Que o caso seja apurado, a justiça seja feita, com espaço aqui aberto para que qualquer um dos envolvidos que queira esclarecer alguma coisa.
Postado por Tadeu Nogueira às 12:16h