Direto do sempre excelente Blog Camocim Pote de Histórias, acompanhe a segunda parte da matéria sobre a vida boêmia de Camocim. 1, 2, 3, partiu:
Continuamos com nosso passeio pelo passado boêmio da cidade, agora acrescido de algumas colaborações de nossos leitores. Charles Nunes Melo nos diz sobre o Forró da Maria Carimbó, que ficava nas proximidades da mercearia da Arlete na Rua Duque de Caxias. Próximo dali tinha também uma espécie de clube particular denominado Associação Recreativa Luís de França, "criado pelo popular estivador camocinense, Manoel Ferreira de França, que possuída a alcunha de Bnadu", como nos informa José Maria Sousa Trévia em seu livro "Histórias que meu pai contava" (2011, p.107), que além dessa informação traz as datas de fundação dos clubes elitistas Camocim Club (foto atual), Comercial, Balneário, em interessante crônica intitulada "Memórias do Sport Club".
Já evidenciamos o uso das sedes dos sindicatos em Camocim como espaços de festa. Neste sentido, a Sede dos Estivadores, dos Portuários, Salineiros e Colônia dos Pescadores,principalmente nas datas de aniversário das respectivas categorias realizam sua tradicional festa. Ainda hoje, em janeiro, é realizada a dos Portuários. Voltando para um tempo mais recente, o Clube Boa Esperança e o Cruzeiro até outro dia tinha a direção do Dão. Os sessentões, com certeza lembrarão do Lar da Juventude, próximo à Igreja de São Pedro, sem falar do imortal Terra e Mar, (imortalizado na pena de Carlos Cardeal) território da boemia e do sexo, como já ressaltamos em postagem anterior.Aliás, nessa seara, ninguém lembrou do nome oficial do Cabaré do Kátia (ainda vivo, morando em Chaval), próximo ao Campo do Maguary, onde grande parte dos adolescentes da minha época tinha ali sua primeira experiência sexual. Na década de 1980, lembro-me ainda da Toca do Galoe do Alabama (onde hoje fica a Pesqueira do Seu Bené) no Bairro dos Coqueiros, onde também podia se encontrar mulheres a vender seu corpos, carícias e sexo. Nesse tópico, um dos últimos a fechar suas portas foi o Cabaré do Toim Viado (face ao seu brutal assassinato), com o singelo nome de Dunas Bar. No ramo de restaurantes, o Novo Acampamento, de propriedade de Agostinho Queiroz, dono também do Colégio 7 de Setembro que nos domingos se tornava o Clube do Agostinho, também marcou época na Praça da Rodoviária.
Aliás, nesse espaço, impossível não lembrar da Cabana, sob a direção de Dona Maria Áurea e depois seu filho, Lúcio dos Correios, que nasceu como restaurante e depois virou uma alegre pista de dança que varava as madrugadas sob o som do momento, além do indefectível bingo de "um galeto assado e quatro cervejas geladas". Mais recentemente, quando vínhamos cansados de Sobral após uma semana de vai-e-vem das viagens de ônibus para estudarmos lá, alguns ainda encontravam fôlego para na sexta-feira, "esfriar a cabeça", no Forró do Chico Valdevino, na Rua Raimundo Veras, ou no Clube Mangueirão, na Perimetral, próximo ao SESI. Para finalizar, a nostalgia volta forte com a lembrança das grandes festas do SESI. Lá vi o Primeiro Festival de Música de Camocim, grandes bailes com a Banda Trepidant's, e shows de artistas da época. Se alguém comentar mais sobre suas lembranças, quem sabe teremos uma terceira parte deste percurso boêmio pelos antigos lugares de Camocim. Relembre AQUI a primeira parte da "Geografia Boemia de Camocim".
Postado por Tadeu Nogueira às 11:03h
Com informações do Blog Camocim Pote de Histórias