Para que isso aconteça, é estabelecido um pacto que, no caso, envolve o Iphan, a Prefeitura de Camocim e os pescadores da região. “Há um olhar diferenciado do País para aquele lugar, a partir do momento em que ela passa a ser reconhecido como paisagem cultural”, descreve Vieira. Dessa forma, segundo os membros do Iphan, o município tende a receber mais atenção e investimentos públicos, em especial voltados para a população que utiliza diretamente a área. A previsão é que o processo de reconhecimento seja finalizado até o fim de 2012. O navegador Amyr Klink, com a experiência de quem já foi de barco a várias partes do mundo, diz que o patrimônio náutico brasileiro é um impressionante meio de expressão cultural. Porém, segundo ele, há “completa ignorância” quanto a essa riqueza. “A gente tem um completo desprezo por um patrimônio que é único no mundo”, lamenta. No caso de Camocim, Klink diz que, atualmente, há uma estrutura muito frágil, que pode fazer com que os barcos à vela desapareçam caso nada seja feito. “Faltam iniciativas de ordem econômica, política, técnica e de segurança”, pontua. Por isso, ele considera fundamental o reconhecimento da paisagem. “É uma forma de preservação inteligente porque você não vai lá para fazer regrinhas e, sim, para estimular a atividade deles”, completa.
Lá vou eu: O reconhecimento, quando confirmado, de nada vai adiantar se ficar só em um pedaço de papel. Como disse Amyr Klink, falta muito para que haja pelo menos um pouco.
Postado por Tadeu Nogueira às 08:02h
Com informações do Jornal O Povo Foto: Arquivo Camocim Online