Em 19 de outubro de 2010, um veleiro de pequeno porte foi localizado, à deriva, por pescadores, na costa camocinense. A embarcação, já sem mastro e bastante avariada, foi então rebocada e ancorada em frente ao local conhecido como Pedra do Mero, na orla da cidade. A notícia foi publicada com exclusividade (AQUI) no Camocim Online. A embarcação tinha apenas um tripulante, que se apresentou como sendo cidadão americano. Acontece que, segundo informações apuradas pelo blog, ele nunca mostrou documentação, nem dele, e muito menos do barco. E pior: em outubro deste ano, vai completar 2 anos que, o que resta da embarcação, continua no mesmo local onde ficou ancorado desde o dia em que foi encontrado, como mostra a foto tirada por mim na manhã desta terça-feira (20).
Segundo pescadores, o barco ainda põe em risco as canoas de pequeno porte, pois a cada maré baixa, ele vira sem aviso, por cima do que tiver do lado. Além disso, a aparência de sucata contrasta bruscamente com as belezas naturais da cidade. "- Se essa "marmota" fosse de um pescador nativo, a Capitania dos Portos já tinha dado ordem para ser retirada lá para o cemitério dos barcos, na Praia dos Coqueiros, mas como é de um gringo, fica aí pondo em risco até os banhistas, pois quando ele vira com a maré baixa, quem quiser que se lasque", desabafa um pescador local.
Quanto ao americano, esse mora tranquilo e calmo na cidade, ainda sem documentação. Agora imagine se a história fosse a de um camocinense náufrago, sem documentação, resgatado em plena costa americana. Em menos de 24 horas, além de um interrogatório, sob risco do "caba" parar em Guantánamo, a deportação seria instantânea. Mas em Camocim, se ele demorar mais um pouco, é bem capaz da Câmara conceder um título de cidadania para ele. A Câmara de Camocim adora fazer isso, sobretudo com estrangeiros. Parece até que estou vendo a bandeira americana subindo e a Banda Lira tocando "Oh, say, can you see, by the dawn's early light..."
Postado por Tadeu Nogueira às 09:03h
Foto: Tadeu Nogueira
