O ano era 1947. Nas
páginas de "O Democrata" (Nº403, p.3, 21 de junho de 1947), uma
denúncia era publicada. Num tempo em que não se falava de um Código Florestal,
vejamos como as autoridades usavam da velha prática dos "dois pesos e duas
medidas", com relação ao uso da madeira retirada ilegalmente dos mangues de Camocim. Vejamos na íntegra a matéria transcrita abaixo, reproduzida do Blog Camocim Pote de Histórias:
SÓ OS AFORTUNADOS PODEM RETIRAR
MADEIRA DO MANGUE EM CAMOCIM
"Nesta cidade existem
grandes extensões de madeira do mangue. Toda essa madeira é de propriedade do
Domínio da União. O sr. Bivar Berredo Guimarães, da Mesa de Renda Alfadengária,
vem tomando uma nova atitude que não é justa, pois ao mesmo tempo que
proíbe a retirada da madeira do mangue, permite que os grandes proprietários
retirem-na.
A Capitania informou-nos
que já despachou um iate carregado de "mangues", de 1 a 2 e meia de
cumprimento. Chamamos a atenção da
Capitania dos Portos para este fato, na certeza de que serão tomadas medidas
que porão termo a tal injustiça'.
Mais de meio século
depois será que mudou alguma coisa? Não temos mais as grandes extensões de
mangues, mas apenas uma espécie de cortina que compõe junto com as dunas um dos
mais belos cenários litorâneos do Ceará. Seria o caso de olharmos com mais
cuidado para o que ainda resta.
Postado por Tadeu Nogueira às 07:43h
Com informações do Blog Camocim Pote de Histórias