segunda-feira, 15 de outubro de 2012

DA VOCAÇÃO E SACERDÓCIO NASCE UM PROFESSOR


DA VOCAÇÃO E SACERDÓCIO 
 NASCE UM PROFESSOR
(Adriana Belchior)
Todos nós às vezes ensinamos e somos ensinados. Andar de bicicleta. Cozinhar. Dar um nó na gravata, um laço no cadarço do sapato,... Ninguém nasce sabendo. Alguém tem que nos apresentar algo e aguçar a nossa curiosidade em aprender. Às vezes não precisa ser uma pessoa, às vezes a própria necessidade nos ensina. O homem está sempre em constante aprendizado. Mas existem determinados conhecimentos que precisam de tempo e uma ajuda especial para que sejam enraizados em nossa mente. Essa ajuda especial se faz presente na figura do professor, que já não usa o jaleco de outrora, mas que continua a ser um dos personagens mais importantes de nossas vidas. Todos nós, alfabetizados, nos lembramos de algum professor pelo qual tivemos (ou temos) admiração.  
Embora exista o Google para explicar e tirar dúvidas de todos nós, um professor se faz importante porque ele exerce não só a função de passar conhecimento, mas também construir e conscientizar cidadãos, contribuindo para a formação de seres pensantes, críticos, capazes de emitir opinião própria. Google nenhum faz isso! Assim sendo, o professor é peça importante no tabuleiro da vida.  É ele quem nos ensina a dar os primeiros passos em busca de uma profissão. Através dele, aprendemos as quatro operações, os gêneros textuais, as regiões do Brasil, os períodos históricos e tantas outras coisas. Aprendemos também a ficar em silêncio quando a vontade era de “falar pelos cotovelos”. Aprendemos a ler em grupo e individualmente, embora a nossa timidez fosse amedrontadora. Aprendemos tantas coisas e de formas diferentes, porque tivemos vários professores e cada um tinha uma maneira distinta de ensinar e, dependendo dela, tivemos ou não afinidades para com eles. 
Lembro-me desde aprofessora atenciosa da “Alfabetização” na Escola O Cebolinha, na cidade onde nasci, até a rigidez do professor de Latim, na universidade. E, se me lembro,  é porque com certeza eles contribuíram para eu ser quem  sou. Hoje eu compreendo que rigidez e atenção podem andar juntas com um mesmo objetivo: ensinar. Hoje, como professora,  acredito que podemos ter essas duas características, sem perder o respeito e o carinho dos alunos.  Embora seja uma profissão bastante importante na vida das pessoas, ser professor atualmente é um sacerdócio. Trabalhar com o ser humano é difícil. Imagine trabalhar com salas com uma média de 40 deles!  Cada um diferente do outro, vindo de uma criação diferente, de realidades diferentes! Imagine você ter que exercer papel de pai ou mãe, dando conselhos a filhos de pais ausentes! Imagine ter muitas vezes que abrir mão de seu lazer para corrigir e elaborar provas, preparar aulas e projetos! 
Além disso, ainda vemos os casos de violência, o desinteresse de muitos alunos e a desvalorização do professor pelas autoridades governamentais. Tudo isso só mostra o quanto é difícil ser professor! Só é professor quem ama a profissão. Os que tentam fazer dela um “bico” acabam desistindo cedo ou prejudicando alunos com suas aulas de péssima qualidade. O verdadeiro professor tem prazer no que faz e, embora a realidade seja cruel e nada amistosa, ele nunca deixa de acreditar. Mesmo que os obstáculos sejam muitos, ele não perde a esperança de cooperar para o crescimento de seus alunos. Embora sejam poucos os que consigam galgar um espaço melhor na sociedade, de alguma forma ele sabe que contribuirá na vida de seus alunos. Professores por vocação: são estes os que merecem o nosso “Obrigado” neste dia 15 de outubro! 
Artigo enviado pela Professora Adriana Belchior