Segundo
informações fornecidas nesta terça-feira (23) pelo Escrivão da Polícia Civil,
De Paula, em entrevista concedida ao Radialista Autran Santos, mais de 50% dos
casos que chegam até a Delegacia de Polícia Civil de Camocim, envolve violência
doméstica, sendo que a agressão contra mulheres lidera disparada como o crime
mais cometido. O que impressiona são os casos em que filhos agridem as mães.
Nesses casos, impera o descontrole pelo uso de drogas, sobretudo o crack. Na
tentativa de "arrancar" dinheiro da mãe para comprar a droga, o filho
parte para a agressão.
O outro tipo mais conhecido é o velho caso do marido ou
namorado que, pense numa frase conhecida: "não aceita o fim do
relacionamento". E por não aceitar, ou arrumar outra mulher que aguente o
abuso, ou tentar casar com outro homem, resolve encher o saco da ex-mulher ou
ex-namorada, proibindo que ela tenha outra pessoa, e agindo de forma selvagem
caso entenda que ela fez isso, mesmo que ela não tenha feito, sendo que, se ela
tiver feito, não cometeu nada de errado, já que a mesma já tinha dado as contas
do infeliz que ela havia escolhido para viver ao seu lado.
A verdade é que, mesmo com o rigor da Lei Maria da Penha, parece
que está longe da violência contra a mulher ter fim, ou pelo menos diminuir em
Camocim. O pior, depois da surra, é claro, é o constrangimento da mulher em ter
que comparecer a uma Delegacia comum, destinada a receber denúncias de todos os
tipos. Lá, além do prédio ser insalubre, incapaz de abrigar seres humanos, tendo
sido até interditado pela vigilância sanitária, ela fica sem privacidade, sem
um tratamento personalizado, como funciona em delegacias destinadas aos crimes
contra mulheres. O Camocim Online faz o apelo para a implantação de uma
Delegacia da Mulher na cidade há tempos, e vamos continuar sendo uma voz no
deserto, até que algum governante sensível à situação, resolva tornar possível
essa necessidade. O mais triste é saber que, enquanto você está lendo essa
matéria, é provável que alguma mulher camocinense esteja debaixo de peia, tendo
como autor, alguém que vive, viveu com ela ou até mesmo o próprio filho.
Postado por Tadeu Nogueira às 08:14h