Construída pelo Governo do Estado, e entregue oficialmente à Prefeitura de Camocim em outubro de 2010, para que nela fossem realizadas competições e a manutenção de praxe, a pista de skate do Bairro Cohab nunca teve, nem uma coisa, e nem a outra. Pra completar, no dia da inauguração, com a presença do campeão mundial de skate, Sandro Dias, nem o prefeito, e muito menos alguém da sua entourage, por lá apareceram.
Sem sequer uma praça no bairro, prometida desde os anos 90, pelos prefeitos que já passaram pela cidade, a população vinha utilizando a pista de skate como tal, já que nada nela vinha sendo feito. Construída como meio de inclusão social, para tirar os jovens do alcance das drogas, ironicamente, de novembro até a presente data, sob o abandono da prefeitura, a pista virou um breu puro, logo após seus potentes holofotes terem apagado, e com isso, a "vagabundagem" assumiu o local. É como se o vagabundo tivesse o poder da "visão noturna".
Sentindo que a escuridão reinou, e ignorando polícia e seja quem for, eles surgem como ratos, de todos os buracos possível, roubando, amedrontando, ameaçando as crianças que utilizavam o espaço para o lazer. E as ameaças, graças ao breu, não se limitam só às crianças. Os adultos que trabalham o dia inteiro em prol dos sustento de suas famílias, também são agredidos verbalmente e precisam escutar da vagabundagem, que ali "tá dominado", que ali o "território tem dono". E tudo, tudo isso, graças ao escuro. Ao escuro da ausência de luzes, mas sobretudo, da falta de ação do poder público, e da falta de um plano emergencial para trazer de volta a luz ao local, mesmo que na forma da "gambiarra". Talvez a mesma gambiarra que, dentro de minutos, é feita para iluminar um grande comício.
No início de janeiro informamos o problema ao Secretário de Infraestrutura do Município, que enviou uma pessoa até lá para avaliar o problema. Já era algo, pois pelo menos alguém foi lá desde novembro. Como resposta, escutei o secretário falando que se tratava de um serviço que demandaria um alto custo, algo em torno de R$ 2 mil reais, e que não tinha como ser feito imediatamente. Concordo que o custo não é baixo, mas por outro lado, é necessário que algo seja feito de forma urgente e paliativa, porque pode ser que o custo maior, em breve, seja bem maior. Alguns moradores, que estão praticamente proibidos de sair de casa durante a noite, já mostram revolta com a situação, e já estão desistindo da ideia de um pequeno carnaval que iriam fazer com as crianças, numa espécie de mela-mela, aproveitando a alegria do período momino. Fica aqui o apelo dos moradores e do blog, para que aquele espaço público deixe de ser dominado pela vagabundagem e volte a ser do povo, para o povo e pelo povo. E que venham as competições e a praça. A foto que ilustra a matéria foi tirada por mim às 19:38 desta quarta-feira (06).
Postado por Tadeu Nogueira às 11:03h
Foto: Tadeu Nogueira