sexta-feira, 12 de abril de 2013

O SILÊNCIO DOS INOCENTES


Por volta das 21h de terça-feira (9), em São Paulo, o jovem universitário Victor Hugo Deppman, de 19 anos, voltava do trabalho quando foi abordado por um bandido armado. Depois de receber o celular da vítima, o bandido disparou duas vezes na cabeça do rapaz. O enterro aconteceu nesta quarta-feira (10). O rapaz que confessou ter atirado, completa nesta sexta-feira (12), 18 anos de idade. Por conta de 3 dias, ele vai responder ao seu ato insano pelo Estatuto da Criança e Adolescente.  Caso venha a pegar pena máxima, o "infrator" deve continuar internado, no máximo, por três anos. 
Cito esse caso por ter sido o mais recente, e pela repercussão que tomou, mas o objetivo é alertar, com mais esse crime, as autoridades para o assustador número de delitos envolvendo menores na cidade de Camocim. Cada vez que um final de semana se aproxima, o Camocinense já parece saber que na segunda-feira vai se deparar com mais um crime cometido por um menor, ou por vários menores. No último final de semana, para citarmos um exemplo, um homem foi morto à facadas em uma seresta. Os acusados? Dois menores. E o que dois menores estavam fazendo em uma seresta? Ninguém responde. 
Em recente entrevista concedida ao Radialista Autran Santos, o Comandante da 3ªCIA/3ºBPM, Major Assis, pediu que a Polícia Civil procurasse reavaliar o critério utilizado para liberar alvarás que permitem serestas em algumas áreas de risco da cidade. Quanto à ação da polícia militar, até o "Babau" sabe que se um policial "gritar" com um menor, com certeza será chamado pela justiça para explicar seu ato, sem falar na "ruma" de papéis que ele terá que assinar, chegando até a responder processo administrativo pelo "grito" no menino. 
A verdade é que alguma coisa já deveria estar sendo feita na prática pelas autoridades locais, para que essa situação não fique incontrolável. Talvez essa falta de providências seja até o resultado do  silêncio, do comodismo, da inércia de grande parte da população, que é incapaz de se mobilizar para reivindicar algo, que não seja alguma coisa relacionada à podre e doentia disputa política local. Como diz o Major Assis, "Ninguém sabe o que o calado quer", e é assim que a população de Camocim vem se comportando diante do aumento da criminalidade na cidade. Esse silêncio pode transformar inocentes em culpados, em culpados pela falta do grito, do apelo para que essa realidade mude, e que Camocim volte a ter dias melhores.  
Postado por Tadeu Nogueira às 09:21h