O
Senado anulou nesta terça (16) uma resolução adotada pela Mesa Diretora da Casa
em 1948 que extinguia o mandato do senador Luís Carlos Prestes, morto em 1990,
e de seu suplente, Abel Chermont. O
projeto, de autoria do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), argumenta que a
extinção do mandato de Prestes configurava “uma nódoa na história do Senado” e
“um estigma à espera de ser reparado”. O projeto registra que Prestes foi
eleito senador pelo antigo Partido Comunista em 1945, com 157.397 votos, e
obteve a maior votação proporcional da história política brasileira até a
época. Prestes, porém, assumiu o cargo apenas em 1946, após a promulgação da
nova Constituição. De acordo com o texto de Arruda, a lei nº 211, que extinguiu
o mandato de Prestes e de outros parlamentares, foi editada nove meses após uma
decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que cancelara o registro do
Partido Comunista em 1947.
Em discurso no plenário, Arruda afirmou que recebeu
uma carta de Maria Prestes, viúva de Luís Carlos Prestes, em agradecimento ao
Senado pela iniciativa de devolução do mandato de se seu ex-marido. "O
Senado Federal, ao anular a cassação de Prestes, realiza um ato de justiça
histórica. O Cavaleiro da Esperança não foi cassado por ser corrupto, por ser
bandido ou por ter realizado ações contra os interesses públicos nacionais. Ele
foi arrancado do Senado Federal por sua ideologia, por sua luta pelo
socialismo”, disse o senador ao parafrasear a carta de Maria Prestes. “Portanto,
entendo que a volta simbólica de Luís Carlos Prestes ao Senado Federal pode
abrir uma porta para resgatar centenas de brasileiros do esquecimento,
valorizar homens e mulheres que lutaram pela democracia e pela revolução
socialista”, concluiu Arruda ainda em referência à carta de Maria Prestes.
Lá vou eu: Vez por outra o Senado dá sinais de que tem jeito. Esse foi um deles. Para saber mais sobre a vida de Luís Carlos Prestes, clique AQUI. A ironia no caso foi o projeto ter sido aprovado em um Senado presido por quem, esse sim, deveria ter sido cassado por "justa causa". Mas, bem diferente daquela época, hoje impera o corporativismo, os "acordos".
Postado por Tadeu Nogueira às 19:16h
Com informações do G1