Camocim vem sofrendo ano após ano com a falta de políticas públicas voltadas para a preservação e manutenção de seu patrimônio arquitetônico. Não são vistas a olho nu, por parte da população, ações práticas desse tipo por parte do IPHAN, em parceria com a Prefeitura Municipal. E com a ausência do poder público, entra em cena a especulação imobiliária, maior predador da herança arquitetônica histórica de uma cidade.
E sendo essa cidade Camocim, que "já teve" o porto mais importante do estado, gerando uma das maiores economias, com produtos sendo escoados através de uma estrada de ferro, o que acabou proporcionando um desenvolvimento refletido em construções belíssimas, o sofrimento é ainda maior.
A cada dia, os prédios que ainda restam dessa áurea época vão se transformando em "monstrengos" modernos, em formato de caixas, sem nenhum tipo de requinte, obedecendo a padrões meramente comerciais. A foto ao lado, tirada ontem pela manhã, é um registro que fizemos do pouco que ainda resta do casario histórico camocinense, nesse caso, o que fica localizado na tradicional "Rua do Quadro" (oficialmente chamada de Rua Zeferino Veras), ao lado da Praça do Coreto. Aliás, do jeito que anda a coisa, prédios históricos de Camocim podem ter o mesmo destino da lagosta, cuja pesca predatória fez com que hoje o camocinense só conheça o crustáceo através de fotos.
Postado por Tadeu Nogueira às 08:15h
Foto: Tadeu Nogueira