O jornal americano The New
York Times publicou em seu site ampla reportagem da agência Associated
Press intitulada "Carros feitos no Brasil são mortais". A reportagem afirma que os
veículos produzidos no País são feitos com soldas mais fracas, poucos itens de
segurança e materiais de qualidade bem inferior aos dos fabricados nos Estados
Unidos e na Europa.
"O que acontece quando
esses veículos vão para as ruas está se transformando numa tragédia
nacional", afirma a reportagem. A Associated Press é uma das agências de
notícias mais antigas do mundo, fundada em 1846. Ela fornece noticiário para
mais de 1,7 mil jornais e cinco mil emissoras de rádio e TV.
A alta taxa de mortalidade no
trânsito no Brasil seria quatro vezes superior à americana, resultado da
fragilidade dos modelos brasileiros. O artigo aponta que de cada cinco carros
analisados no País, quatro não passariam em testes de colisão feitos por empresas
independentes.
Em resposta ao polêmico artigo,
as montadoras declararam que os automóveis brasileiros respeitam normas de
segurança vigentes no Brasil. O número de mortes de motoristas e passageiros é
atribuído por elas à má conservação de ruas e estradas. Enquanto nos Estados Unidos a
margem de lucro para as montadoras automotivas é de meros 3%, no Brasil seria
de 10%, segundo o artigo. A diferença viria da economia com a qualidade dos
produtos. Outro número levantado chama à
atenção: da última década para esta, subiu em 72% o volume de mortes no
trânsito do Brasil. O artigo relaciona esse dado ao boom da classe
média brasileira. Em dez anos, 40 milhões de
pessoas ascenderam das classes D e E à classe C. Nessas condições, a quantidade
de gente comprando o primeiro automóvel aumentou. Assim, com mais motoristas de
carros inseguros nas ruas, as mortes tendem a ser cada vez mais frequentes.
Postado por Tadeu Nogueira às 14:01h
Com informações do Estadão