sexta-feira, 7 de junho de 2013

CIENTISTAS CHEGAM PRÓXIMO DA ORIGEM DO CÂNCER DE MAMA

Uma pergunta que eternamente atormenta oncologistas e pesquisadores que investigam o câncer é como uma célula normal pode de repente começar a se multiplicar errado e dar origem a um tumor. Uma pesquisa publicada recentemente trouxe uma nova pista nesse sentido. Cientistas nos EUA e no Canadá descobriram que uma classe de células precursoras da mama tem as extremidades dos cromossomos - estrutura que armazena o DNA - muito curtas. Essa ponta - o telômero - é responsável, a grosso modo, por proteger o DNA. Se ele for muito curto, deixa a célula mais propensa a sofrer mutações, o que eventualmente pode levar ao desenvolvimento do câncer. David Gilley, da Faculdade de Medicina da Universidade de Indiana, nos EUA, e Connie Eaves, do Laboratório Terry Fox da Agência para o Câncer em Vancouver, investigaram em mulheres saudáveis como os telômeros são regulados nesse subtipo de células de mama, chamadas de luminais. Os pesquisadores observaram que essas células surgem em um processo normal de desenvolvimento dos tecidos, mas têm predisposição a ter as mutações que levam ao câncer. 
O trabalho, publicado na recém-lançada revista Stem Cell Reports, sugere que essa descoberta pode trazer um novo indicador para identificar mulheres com alto risco de desenvolver câncer de mama. "Essas células que descobrimos possuir tais características vêm agora à tona como um possível palco onde o câncer pode decolar", disse Eaves, em comunicado. A conclusão chegou a ser noticiada ontem por agências de notícias como a "descoberta da origem do câncer de mama", o que foi minimizado por outros pesquisadores. "É uma descoberta interessante por ajudar a entender um pouco por que o câncer acontece antes de a doença de fato ocorrer. 
Apesar de o câncer ter diagnóstico precoce, é frustrante só descobrir quando ele está estabelecido, mas falar em origem é demais", diz Emmanuel Dias-Neto, diretor de genômica médica do A.C. Camargo Cancer Center. Para ele, o estudo é limitado por só tratar de um subtipo de células da mama. Para Ricardo Caponero, presidente do Conselho Técnico Científico da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), ainda não dá para esperar uma aplicação prática da pesquisa. "Ela traz um fator a mais, mas o câncer é multifatorial. Não dá para falar em uma única causa", afirma. 
Lá vou eu: Um passo de cada vez, a medicina vai chegar à origem dessa mazela que destrói tantas vidas, tantos planos de milhões de mulheres mundo afora. 
Postado por Tadeu Nogueira às 10:01h
Com informações do Estadão