Balas de borracha, bombas de gás, cassetetes,
vandalismo, atos de cidadania e revolta popular. Parece que nada desses “ingredientes”
serviu como um “hello” no cérebro do Deputado Estadual Roberto Mesquita
(PV). O Brasil “desmoronando” nas ruas não foi suficiente para o nobre
representante do povo cearense, pelo menos protelar a apresentação de um
projeto de sua autoria, que concede o título de cidadã cearense à
cantora baiana Ivete Sangalo. O projeto apresentado por Roberto Mesquita
segue agora para a Procuradoria da Assembleia e, na sequência, para as
comissões técnicas da Casa. Após isso, deverá ser votado em plenário. Não há
dúvida quanto ao talento da cantora. Isso não está em discussão, mas sim, o
momento em que chega ao legislativo estadual tal projeto, que diante das reais necessidades
do povo cearense, passa longe de ser uma prioridade. E tudo que o povo está
precisando é disso, de projetos relevantes e que tratem de prioridades. O incrível é que essa mania de querer
capitalizar votos através de artistas, autoridades, usando para isso o velho projeto de
título de cidadania, ainda perdura, e pelo jeito, a todo vapor.
Essa prática
ridícula também é muito usada no interior, inclusive em Camocim, onde títulos
são distribuídos pelo legislativo, na maioria das vezes, visando uma suposta vantagem do proponente, demonstrada na bajulação explícita em discursos onde a seda é dilacerada. Raros são os casos em que os homenageados são realmente
merecedores das honrarias. Para perpetuar essa prática, muitas vezes ridícula, esse mau exemplo que vem de cima, surge pouco
tempo depois de uma polêmica, envolvendo o show dessa mesma cantora, que custou
R$ 650 mil ao povo cearense, durante a inauguração de um hospital em Sobral.
Nada contra o show, nem contra a cantora, mas tudo a favor que o nobre deputado tivesse aproveitado a tribuna, dada a ele pelo povo, para apresentar algo mais significativo, em um momento histórico vivenciado pelos brasileiros, que cansados da falta de ações, "lembraram" aos políticos, que eles foram eleitos para que pudessem lutar pelo desenvolvimento do país, e não por vantagens pessoais e atos de auto-promoção. No caso em questão, o deputado perdeu uma grande oportunidade de entrar em recesso sem esse "vacilo.
Postado por Tadeu Nogueira às 08:51h