Emocionada, Ángela Bachiller se tornou nesta
segunda-feira a primeira vereadora com síndrome de Down da Espanha, na cidade
de Valladolid, de 311.000 habitantes. Ángela tomou posse no meio de uma grande
expectativa e admiração dos vallisoletanos por sua "coragem" e seus
anos de luta pela normalização e integração de pessoas portadoras de
necessidade especiais, como ela. A jovem auxiliar administrativa, sentada hoje
nas cadeiras do Partido Popular (PP), de centro-direita, com sua medalha de
vereadora ao pescoço, é a imagem da igualdade, e vai ser uma vereadora mais
"preparada", "educada", "discreta", como a
definiu sua mãe Isabel Guerra. Ángela vai substituir Jesús García Galván, que se retirou há cerca de um mês acusado de suborno num processo de licenciamento urbanístico.
Ángela jurou lealdade ao rei Juan Carlos I e a
cumprir a Constituição diante dos flashes de muitos membros da imprensa
interessados em registrar o momento inédito. "Obrigado por tudo, por terem
confiado em mim", disse ao término da sessão plenária, em entrevista
coletiva, acompanhada do prefeito de Valladolid, Javier León de la Riva, tão
emocionada que não conseguiu dizer mais nada. A receita para alcançar essa
posição na vida foi "muito amor, muita disciplina, muito trabalho e uma
vida normal em tudo", disse a mãe de Bachiller.
E o conselho materno é
para que Ángela aprenda e desfrute desta experiência como vereadora para que o
passo dado "deixe de ser visto como extraordinário e passe a ser
normal". Neste dia tão especial, Ángela Bachiller esteve cercada pelos
pais, sua irmã Lara, seus avôs Juani e Ángel, que mesmo aos 86 anos não abriram
mão de ver este momento, e seus companheiros da Associação Síndrome de Down.
Lá vou eu: Considerar normal quem tem Down é o primeiro passo para que essa pessoa seja feliz, possa produzir, e colher bons frutos. Infelizmente a discriminação ainda é muito presente. Recentemente fui informado de um caso em Camocim, que me deixou triste, revoltado, e sem compreender como alguém pode ter capacidade de rejeitar, de discriminar o próprio filho. Que essa eleição na Espanha possa abrir cada vez mais portas para outros com síndrome de Down.
Postado por Tadeu Nogueira às 18:01h
Com informações da EFE via Terra