Há poucos dias atrás, movimentos intensos
sacudiram o País. Paralelo a um evento internacional, a população despertava
para reivindicar aquilo que nossa geração
provavelmente nunca verá: um país justo, honesto e igualitário. A corrupção, a
cobiça e a “esperteza”, encaradas como normais no pensamento de muitos
brasileiros, são valores presentes em praticamente todos os lugares, bem
mais perto do que, às vezes, podemos imaginar.
O brasileiro dormia com a esperança de acordar com
um país mais digno. Pequenas conquistas desenhavam-se. Algumas mudanças. Preços
caíam “aqui e ali”. Talvez (in) significantes. Bandeiras pacíficas
levantavam-se. “O Brasil acordou!”. Era a voz do povo. Começa a discutirem-se
reformas. Parlamentares trocam alfinetadas. Os interesses e opiniões são
adversos. Enquanto isso, o povo pede e aguarda grandes mudanças. O tempo passa.
As vozes abrandam-se. A esperança de
muitos se esvai. Poucos permanecem firmes, ávidos de justiça.
Até quando? Em que país vivemos? Um país que não cuida. Um país que não educa.
Um país que não ensina seu povo a conhecer as leis. Um país que não mostra
como a sociedade pode organizar-se. Um país que julga seus crimes vinte anos
depois que eles ocorrem. Um país de impunidade, injustiça e desigualdades.
Vais continuar dormindo,
Brasil?
Neusa Setúbal Monteiro
(Pedagoga e Licenciada em Língua Portuguesa)