A última das três missas do domingo celebradas
pelo padre Gerônimo Moreira, de 32 anos, na Igreja Matriz de Gavião (BA),
cidade 245 quilômetros a noroeste de Salvador, surpreendeu os fiéis. Ao fim da
cerimônia, Moreira começou a ler uma carta na qual se despedia da igreja para
"assumir a paternidade e a vida familiar". Pouco depois, o padre
publicou a carta em sua página no Facebook.
A decisão veio depois de a namorada do padre,
funcionária pública no município de Conceição do Coité, vizinho de Gavião,
Emília Carneiro, de 23 anos, contar ao religioso que estava grávida. A
descoberta foi feita em maio e, segundo o padre, desde lá os dois entraram em
crise. "Assumi (a paternidade), mas tinha muito medo da reação das pessoas
da comunidade e da família dela", conta.
Moreira conta que conheceu Emília ainda durante
seu seminário, em 2007, e que eles desenvolveram uma "amizade
especial", baseada em telefonemas e mensagens de texto. Em 2011, depois de
Moreira assumir a paróquia de Gavião, ela passou a frequentar as missas no
local. O primeiro beijo, porém, só foi dado no ano passado. "No primeiro momento,
veio a sensação de que aquilo era um erro, que não deveria ter acontecido, mas
depois a vontade de ficar junto foi ficando maior."
Nas redes sociais, o padre recebeu homenagens e
mensagens de apoio de funcionários e frequentadores da paróquia. "Fiquei
muito emocionado no dia da despedida, com o carinho das pessoas ainda na
igreja, e com as manifestações de apoio que tenho recebido desde minha
decisão", diz.
Aos 3 meses de gravidez, o casal planeja se mudar para Feira de Santana, onde mora um irmão de Moreira. O ex-padre começou a fazer bicos como pedreiro e planeja fazer faculdade de engenharia. Diz que quer se casar com Emília na igreja, mas depende de autorização do papa para isso.
Aos 3 meses de gravidez, o casal planeja se mudar para Feira de Santana, onde mora um irmão de Moreira. O ex-padre começou a fazer bicos como pedreiro e planeja fazer faculdade de engenharia. Diz que quer se casar com Emília na igreja, mas depende de autorização do papa para isso.
Lá vou eu: Quer dizer que se a namorada não tivesse engravidado, ele ainda estaria celebrando missas? Ah, tá. No mínimo, para não ser radical, houve quebra de juramento e desrespeito à Igreja. Acho que com isso o Padre, Ex-Padre, sei lá, concorda. De resto, no mundo de hoje, as coisas seguem nesse rumo aí mesmo. Fico imaginando quantos casos semelhantes estão rolando por aí, sob o perigo iminente da gravidez não esperada.
Por isso acho que essa hipocrisia acabaria de vez, se a Igreja resolvesse abolir de forma definitiva o celibato. Até porque, sempre vi falta de lógica no fato dos padres se acharem na condição de aconselhar casais, afinal, nesse caso especificamente, tem autoridade para tal ato, quem possui experiência de vida a dois. O resto é pura teoria acadêmica.
Postado por Tadeu Nogueira às 16:35h
Com informações do Estadão